Assembleia Municipal da Covilhã aprova prestação de contas de 2023

A prestação de contas de 2023 da Câmara Municipal da Covilhã foi aprovada ontem, dia 29, na reunião da Assembleia Municipal da Covilhã com os votos contra da oposição.

PSD, CDS e PCP votaram conta os documentos que passaram com 28 votos a favor e 9 contra.


Vítor Reis Silva (PCP) sublinhou a execução de apenas 34,7% do plano plurianual de investimento, que reflete “o que se poderia ter feito e não se fez”, disse o eleito.

“Um saldo de 13,3 milhões que reflete o que se poderia ter feito e não se executou. Se a Câmara Municipal não fizer o investimento necessário para satisfazer as necessidades das populações, se não inovar, se não investir nas infraestruturas básicas, na rede viária, nos equipamentos sociais, na atividade social, cultural e desportiva, se não requalificar poderá ter saldos maiores e pagar as dividas a médio e longo prazo, mas as populações é que ficam pior”, disse.

João Bernardo (CDS-PP) usou o mesmo argumento apontando que das obras que era preciso e que estavam previstas fazer só se fez um terço, vincando que Vítor Pereira deveria desculpar-se por “não ter feito nem metade do que estava no orçamento”, acrescentando que se empurra tudo para o final do mandato.

“Quando o tempo passa e tudo se quer fazer no final do mandato, e isto já aconteceu nos outros mandatos, tenho que reforçar que depressa e bem não há quem. O mandato está a chegar ao fim e mais de dois terços do que prometeu aos covilhanenses está por fazer, sublinhou, concluindo que “o ano passado tem uma gestão negativa, necessariamente”.

Também Jorge Vaz, do Grupo Municipal do PSD, sustenta que a parte mais importante das contas, a execução do plano plurianual, as obras que anualmente se deveriam fazer, fica nos 34,7%.

“A execução financeira global é de 34,7%. Percebemos aqui a diferença entre as obras anunciadas e as obras concretizadas”, disse, reforçando a ideia de que as obras estão a ser “empurradas para um período que seja mais conveniente, 2025 por exemplo”, disse. Por outro lado, o social-democrata apontou que “há um mau aproveitamento de fundos comunitários, com risco de devolução”. Frisa ainda que “o saldo de gerência, superior a 13 milhões de euros, se deve à falta de obras necessárias e estruturantes em todo o concelho”, disse.

Afonso Gomes (PS) aponta um município em que os serviços funcionam melhor e uma cidade e concelho que “crescem a olhos visto”, continuado que saúde financeira.

“Um município com atividade pujante e um equilíbrio financeiro, que ainda não resolveu todos os desafios que há para resolver, é certo, mas desenganemo-nos todos, ninguém irá resolver”, apontou vincando que “a vida não é estática e todos os dias surgem novos desafios. O que é importante é ser capaz de criar uma estrutura eficaz e apresentar um caminho para resolver esses desafios e o concelho da Covilhã, com o PS, tem demonstrado estar nesse caminho”, concluiu.

Contas que revelam uma situação financeira melhor que no passado, sublinhou o presidente da Câmara, Vítor Pereira, vincando que apesar da fazer obra, continua a apoiar as famílias, empresas, as instituições e as Juntas de Freguesia.

“Reduzimos a divida, aumentámos o volume de obra, duplicámos o valor do investimento, mais 9 milhões que em 2022. A nossa taxa de execução orçamental é superior a 92% e isso apesar de termos reduzido os impostas e as taxas”, recordando que o IMI está no mínimo e a derrama está isenta.

O autarca realça que a dívida diminuiu, passou de 26,7 milhões no final de 2022 para 26,3 no final de 2023.

Já o passivo aumentou em cerca de 807 mil euros, passando para 39,2 milhões, principalmente devido ao “disparar” das taxas de juro dos empréstimos que o município ainda detém, aumentando o serviço de divida, detalhou Vítor Pereira.