Manteigas: Recuo do presidente da Assembleia Municipal permite aprovação das contas

A prestação de contas de 2023 da Câmara Municipal de Manteigas, governada pelo movimento independente Manteigas 2023, precisou do voto de qualidade do presidente da Assembleia Municipal para obter aprovação do órgão.

Na primeira votação o PSD votou contra, o PS absteve-se e o movimento independente Manteigas 2023 votou favoravelmente, resultando 6 votos contra, 6 a favor e 7 abstenções.


José Manuel Cardoso (PSD), ao exercer o voto de qualidade realçou a dificuldade de “votar favoravelmente uma prestação de contas em que se gastava mais em aluguer de tendas do que em habitação”, frisando que se fosse um mero eleito não mudaria o seu sentido de voto.

“Dou uma vez mais o benefício da dúvida” ao executivo, disse, e acabou por aprovar os documentos.

Na reunião da Assembleia Municipal, que se realizou na sexta-feira (26) à tarde, Flávio Massano, presidente do executivo, recordou as críticas aos documentos na reunião de câmara em que foram aprovados afirmando que “se está a criticar a execução da despesa de capital, o investimento, ignorando tudo o resto que se realiza”.

Detalhou que o município apostou em vários apoios sociais, eventos culturais e outros, que são considerados despesa corrente e que impactam mais na vida das pessoas que fazer algumas obras físicas, como rotundas, comparou.

Sara Ferreira (PSD), apontou o “saudável otimismo” do presidente do município a apresentar o orçamento, constatando, no entanto que a maioria das prioridades “está na estaca zero”.

Ana Prata (Manteigas 2030) frisou a “situação financeira satisfatória do município”, que permitirá dar seguimento à estratégia delineada para melhorar a vida da população.

Inês Carvalho (PS) realçou que a execução material do orçamento ficou muito aquém, frisando que “tal não aconteceu por fala de dinheiro. Constatou, “com preocupação, que apesar da boa situação financeira” e do benefício da dúvida que a sua bancada deu na discussão do orçamento, há projetos que não avançam.

“O orçamento foi o maior de sempre, e a execução, será que foi?”, questionou.

À semelhança do que aconteceu com o orçamento para 2024, que foi aprovado com o voto de qualidade do presidente da Assembleia Municipal, na altura ainda da bancada do PS, desta vez foi o Social-democrata José Manuel Cardoso que mudou o sentido de voto para aprovar os documentos.