Covilhã: Laço azul alerta para maus tratos na infância. Número de casos este ano já é maior do que em 2023

Dezenas de crianças e jovens de várias escolas do concelho da Covilhã formaram ontem, dia 30, um laço humano, no Jardim das Artes, para assinalar o mês dos maus tratos na infância. A iniciativa foi organizada pela Comissão de Proteção das Crianças e Jovens em Perigo (CPCJ) da Covilhã.

Na atividade, estiveram presentes alunos das escolas Quinta da Lajeosa, Quinta das Palmeiras, Campos Melo, Pêro da Covilhã, ATL da Beira Serra, alunos de Ciências do Desporto da UBI e ainda instituições como Beira Serra, Coolabora, algumas juntas de freguesia do concelho, PSP, GNR e todos os elementos da comissão alargada da CPCJ.


Com esta iniciativa, que encerra as atividades do mês de abril, mês da prevenção dos maus tratos na infância, pretende-se “alertar e prevenir”, disse Solange Moreira, presidente da CPCJ.

“Há cada vez mais pessoas que vão até nós reportar situações de maus-tratos na infância e o trabalho da CPCJ é ajudar a resolver essas situações”, frisou.

Sem avançar números, a dirigente revelou que este ano já existem mais casos sinalizados do que até abril do ano passado, o que revela uma “tendência crescente” de sinalizações no concelho.

Segundo os últimos dados revelados, a CPCJ acompanhou 329 processos em 2022, sendo que, desses casos, a violência doméstica é o que mais se evidencia.

Recordar que o laço azul foi adotado como símbolo do mês de prevenção dos maus-tratos na infância, porque em 1989, uma mulher norte americana (Bonnie Finney) amarrou uma fita azul na antena do carro, em homenagem ao seu neto, vítima mortal de maus-tratos. Com esse gesto quis “fazer com que as pessoas se questionassem”.

Escolheu o azul, porque simboliza a cor das lesões e seria uma imagem constante na sua luta na proteção das crianças contra os maus-tratos. A repercussão desta iniciativa foi de tal ordem que abril passou a ser o mês internacional da prevenção dos maus-tratos na infância.