O Miradouro do Altos dos Livros é o mais imponente da rede de quatro que a Câmara Municipal da Covilhã criou, pelas vistas que proporciona. Uma visão 360 sobre a paisagem que permite ver Belmonte, Idanha-a-Nova, a Serra da Malcata ou, por exemplo, a Serra do Açor.
Uma intervenção que vai ao encontro do que a autarquia defende para a Serra da Estrela, disse Vítor Pereira, presidente da autarquia, no seu discurso inaugural.
“Uma serra humanizada, com lugar para as pessoas e da qual as pessoas possam usufruir, uma serra da qual possamos tirar partido, mas de forma sustentada. Onde o turismo, entre outras atividades, tenha lugar, mas de uma forma ordenada e com respeito pelo património natural”, disse.
A intervenção “mantém a linha de respeito absoluto pelos valores naturais e tem como objetivo valorizar a Serra, impactando o menos possível”, sublinhou ainda o autarca, elogiando o trabalho de Luís Alçada Batista, arquiteto que concebeu o projeto.
Uma intervenção que visou apenas “complementar os valores naturais”, vincou.
“Um projeto amplamente naturalizado que conjuga a preocupação de estar num parque natural e num geossítio”, frisou. Explica que para a realização do projeto se abdicou de fazer estruturas, apostando no aproveitamento do que já existia: A paisagem, as rochas e a natureza.
O autarca relembrou que este é um local carregado de simbolismo e história, recordando que era por ali que passavam as gentes de Cortes do Meio para se deslocarem para a labuta diária nas fábricas de lanifícios da cidade. “Um espaço que agora está apto a criar outras memórias”, sublinhou.
No local foram plantadas 300 árvores de espécies autóctones que irão impactar ainda mais o local dentro de alguns anos.
Um espaço que deve ser preservado por todos, pediu o autarca.
Além do Miradouro do Alto dos Livros, um investimento de cerca de 115 mil euros, a rede criada pela CMC inclui o Miradouro da Varanda dos Carqueijais, o Miradouro dos Piornos e o Miradouro do Covão, sendo ainda complementada com vários percursos pedestres de diferentes níveis de dificuldade.
Enquadrada no Plano de Conservação Proteção e Desenvolvimento do Património Natural e Cultural da Serra da Estrela, a criação desta rede traduziu-se num investimento global de cerca de 750 mil euros, dos quais cerca de 290 mil foram comparticipados no âmbito do CENTRO2020