As contas do grupo Município da Covilhã, referentes ao ano de 2023, que englobam a autarquia, empresas municipais e participadas, foram aprovadas por maioria na reunião extraordinária da autarquia que decorreu hoje, dia 17.
As contas mostram “um incremento de património”, na ordem dos 500 mil euros e uma diminuição de 700 mil euros na divida, apesar de se ter baixado impostos, aumentado apoios e feito obras, detalhou o presidente da Câmara, em declarações aos jornalistas, concluindo que a autarquia a que preside “está a fazer mais pelos covilhanenses”, o que “alenta e dá regozijo”, disse.
“Nós tivemos um incremento patrimonial, a diferença entre o ativo e o passivo, o património líquido, de 522 mil euros e devemos menos 708 mil euros”, disse. “Estes são os dois grandes indicadores do Grupo e apesar disto deixámos de arrecadar muita receita, baixamos impostos e aumentámos os apoios às juntas de freguesia, às coletividades às empresas através da baixa de impostos”, detalhando que “o IMI está no mínimo, a derrama acontece o mesmo, há suspensão da taxa de subsolo, ao mesmo tempo fazemos obra e investimos”, concluiu
A oposição votou contra, justificando esta posição com o facto de não ter acesso aos relatórios de contas de algumas empresas municipais, nomeadamente da ADC, e pelo prejuízo apresentado pela ICOVI e Parkurbis.
“Já vem sendo recorrente a questão das empresas municipais”, disse Ricardo Silva, vereador eleito pela coligação Juntos Fazemos Melhor, vincando que por parte da ADC “nem sequer o relatório está publicitado no site da empresa”. Detalha que “no próprio relatório de contas consolidadas” se refere que, no caso da “Parkurbis e Parkurbis Incubação, à data, as demonstrações financeiras e orçamentais não foram autorizadas para emissão” e no caso da ICOVI “envia apenas o documento a solicitar que cumpra os prejuízos resultantes da gestão”.
Face a esta falta de informação “e resultados líquidos negativos, que já vão sendo recorrentes ao longo dos anos, na Parkurbis e ICOVI, o nosso sentido de voto foi contra”, concluiu o vereador.
No caso da Parkurbis solicita à câmara que cubra prejuízos na ordem dos 96 mil euros e a ICOVI de 176 mil, valores idênticos aos do ano anterior, esclareceu ainda Ricardo Silva, em nome da bancada da oposição na CMC.
Sobre a falta de informação, Vítor Pereira frisa que não compete à autarquia publicitar as contas da ADC, sublinhando que estão aprovadas e validadas pelo revisor oficial de contas.
“Não podem dizer que não votam os outros dois relatórios quando tiveram acesso a eles”, disse Vítor Pereira, sublinhando que no que respeita à Parkurbis o relatório foi remetido junto com o ofício de cobertura de prejuízos, apesar de não serem obrigados a faze-lo.
Já no caso do prejuízo das empresas municipais o autarca reitera que estas empresas “não foram constituídas para obter lucos”, mas para “servir a comunidade” e nesse campo “prestam muitos e bons serviços”, concluiu.
O relatório de contas consolidadas do grupo Município da Covilhã vai ser analisado e votado na próxima reunião da Assembleia Municipal da Covilhã agendada para dia 25.