A Proteção Civil Municipal, em coordenação com o gabinete florestal, está a executar, no concelho da Covilhã, um conjunto de medidas que têm como objetivo a prevenção de incêndios. A informação foi avançada por Vítor Pereira, presidente da autarquia, à margem do último debate entre grupos municipais na Assembleia Municipal da Covilhã.
O tema mereceu críticas por parte da oposição, que salientou que a autarquia “nada tem feito nesta matéria”.
De acordo com o presidente do município, estão a ser instaladas bocas de incêndio de grande capacidade em quatro locais, nomeadamente no Parque de Campismo do Pião, junto às Quatro Casas, na Varanda dos Carqueijais e no Alto da Portela (Tortosendo).
Com um investimento de 450 mil euros, está também a ser instalada uma rede de pontos de água, ou seja, reservatórios para meios aéreos e terrestres em dez locais. O primeiro, no valor de 30 mil euros, está a ser instalado junto à Casa do Guarda e prevê-se que fique concluído na primeira quinzena de julho. Os próximos ficarão nas localidades da Erada, Sobral de São Miguel, Casegas, Trigais, Cortes do Meio, Sarzedo e Verdelhos.
Quanto a faixas de gestão de combustível, está a ser feita uma limpeza de faixa de 10 metros na envolvente das estradas municipais, no total de 66km, com um custo de 107 mil euros.
Relativamente à limpeza de terrenos municipais, foram intervencionadas 30 parcelas.
Houve ainda um aumento da capacidade da resposta dos Bombeiros Voluntários da Covilhã, com mais duas equipas de intervenção permanente (EIP), totalizando agora quatro equipas.
O município forneceu ainda formação de Suporte Básico de Vida a 134 pessoas no concelho.
Antes da intervenção de Vítor Pereira, o tema mereceu críticas por parte da oposição na Assembleia Municipal da Covilhã.
Fernando Pinheiro, eleito pela coligação “Covilhã tem Força”, refere que “muitas coisas foram anunciadas, mas não foram feitas”.
“Basta ir ao local onde o incêndio ocorreu e ouvir as populações. Se não fossem as associações e iniciativas privadas a fazer algo, não haja dúvidas que estávamos num caminho mais atras”, frisou.
Do grupo municipal do PCP, usou da palavra Vítor Reis Silva, que solicitou à Câmara Municipal uma avaliação do plano municipal de emergência e proteção civil.
“Aquilo que desejava ter era a avaliação do plano. Não um discurso redondo sobre os objetivos, mas sim uma avaliação concreta face àquilo que estava planificado e foi feito em cinco anos”, disse.
João Lopes Bernardo, eleito pelo CDS, salientou que, “depois de já terem ouvido responsáveis da área dizer que há coisas no plano que não estão bem, nada foi feito pelo município nesta matéria”, nomeadamente ao nível de “postos de abastecimentos de água” e estradas “que dizem que existem e, depois, não existem”.
Para Lino Torgal, do grupo municipal do PSD, “trata-se de uma questão de eficácia”.
“Dizer que estamos preparados é muito pouco. Na prática, precisamos de saber onde é que estávamos há cinco anos, onde estamos hoje e onde queremos estar daqui a cinco anos. É isto que é pedido a quem está à frente de uma autarquia”, explicou.
De acordo com o deputado social-democrata, “estamos em ano de reavaliação do plano, mas não temos dados”.
Pedro Bernardo, da bancada socialista, destacou “o trabalho desenvolvido pelo Município da Covilhã ao longo do último ano em diversas ações”, nomeadamente a instalação de Desfibrilhadores Automáticos Externos em diversos pontos da cidade, simulacros nos mais diversos contextos um pouco por todo o concelho, formações de Suporte Básico de Vida nas escolas e a implementação do projeto “Aldeia Segura Pessoas Seguras”, nos aglomerados populacionais do Pereiro, Casal de Santa Teresinha, Vale Cerdeira e Cambões.
“São exemplos de excelência para uma Proteção Civil na Covilhã mais robusta e capacitada, sensibilizando e consciencializando os Covilhanenses para uma comunidade mais integrada nas dinâmicas de proteção dos cidadãos que a constituem, na certeza de que o atual executivo do Partido Socialista dará continuidade e reforço a estas iniciativas no futuro”.
Fotografia: Gonçalo Poço