Curso “Migrações e Desafios da Integração” reúne participantes de todo o país no Fundão

A primeira edição do curso “Migrações e Desafios da Integração” está já a decorrer no Fundão, com 50 participantes provenientes de diversas regiões do país. A formação é resultado de uma parceria estabelecida entre a Universidade da Beira Interior (UBI), ISCTE e o município fundanense e promete “criar sessões de grande dinâmica, numa área fundamental na atualidade”, revela a UBI em nota de imprensa.

No Centro de Migrações do Fundão estão quadros da administração central, de autarquias e de instituições da sociedade civil, até dia 22 de junho.


A formação começou no domingo e contempla um programa centrado em temas, como políticas migratórias, matérias documentais, desafios do acolhimento e integração, assim como palestras e conferências de vários especialistas, académicos e ex-governantes. O ministro da presidência, António Leitão Amaro, que tem a tutela das migrações, é um dos convidados, tendo participado na conferência que decorreu no dia 18 de junho.

Estão previstas também visitas de campo a empresas e entidades da região, onde existem reconhecidas boas práticas no campo da integração de migrantes no mercado de trabalho.

“A experiência prática e académica das entidades envolvidas é uma garantia do sucesso das atividades”, pode ler-se no documento.

Alcides Monteiro, coordenador da UBI desta Academia Mais Integração, refere, citado em nota de imprensa, que “a UBI, fortemente empenhada na boa concretização e no sucesso da iniciativa, aporta a esta formação uma abordagem relacional na integração dos imigrantes, decorrente da experiência que detém ao nível da investigação e do envolvimento em projetos que, apoiados em parcerias alargadas e na promoção da participação direta, promovem a luta contra a exclusão social e a inclusão de públicos vulneráveis, nos quais prioriza igualmente a inovação social e a incorporação da perspetiva de género”.

Cláudia Pereira, coordenadora por parte do ISCTE, destaca que as três entidades prepararam o programa para “proporcionar aos participantes uma experiência de trabalho cooperativo entre as diferentes instituições”.

“A capacitação que queremos desenvolver está pensada para transmitir conteúdos, para mostrar onde é que podem procurar informação e, ainda, para que saiam daqui a trabalhar em rede entre si: que a técnica que trabalha na zona Norte possa contactar alguém da zona Sul, por exemplo, para se esclarecer sobre um dado procedimento, ou vice-versa”, explica Claúdia Pereira, salientando ainda que “as recentes alterações nas estruturas do Estado que lidam com as migrações, bem como o facto de chegarem a Portugal imigrantes provenientes de 190 países diferentes, exigem de funcionários, de técnicos superiores e de quadros privados novos conhecimentos e novas capacidades relacionais”.

“É isto que a academia lhes pretende proporcionar”, concluiu.

As 50 vagas para esta edição da academia esgotaram rapidamente, razão pela qual as entidades organizadoras já decidiram realizar uma nova edição no próximo outono.