Câmara de Penamacor assegura que central solar com 144 ha não ocupa solo agrícola

A Central Solar Fotovoltaica do Cabeço Vermelho, inaugurada dia 19, no concelho de Penamacor está fora de solos com aproveitamento agrícola e “longe dos olhos de todos” não ferindo paisagisticamente, assegurou hoje, na reunião pública do executivo António Beites.

O presidente da Câmara Municipal assegura que esta é uma das grandes preocupações do seu executivo.


O autarca frisa que este é o primeiro parque do género no concelho, que representa um investimento de 80 milhões de euros, por parte da empresa P2K Renováveis, Lda, com sede em Penamacor, criada especificamente para a construção da central solar e respetivas infraestruturas associadas.

A central tem uma área de implantação de 144 hectares e tem capacidade para abastecer mais de 60 mil famílias.

“Está numa área com pouco potencial agrícola e com solos pouco produtivos. Do ponto de vista de impacto visual ou paisagístico não gera grandes problemas dada a localização, que apenas é visível no local, o que foi uma das condições quando iniciámos as negociações”, disse.

António Beites destaca o impacto económico da central, incluindo para a própria autarquia, que, face à candidatura ao Fundo Ambiental, e em face da potencia instalada, irá receber cerca de 1 milhão e 100 mil euros, mais o valor do arrendamento dos terrenos.

Sublinha que o mesmo grupo tem mais dois projetos em curso, mas que estão ainda dependentes de autorizações e pareceres.

Mostra-se convicto que dado o corredor elétrico previsto pela REN até 2030, para levar energia ao Norte, produzida no Alentejo e também nesta região, é natural que outros investimentos surjam, em Penamacor e nos concelhos vizinhos, devido à “mais-valia económica e a atratividade que geram”, também para os proprietários privados.

Nesta reunião a Câmara de Penamacor aprovou, também, a minuta de protocolo com a “Eólica Campanário” com vista à implementação de mais uma área de painéis solares, diluída em 3 ou 4 áreas, totalizando cerca de 60 hectares, para posteriormente construir mais duas torres eólicas.

Com base nas negociações, e apesar de não haver obrigações legais, o documento prevê que haja comparticipação financeira para a autarquia de 250 mil euros, e que as comunidades locais sejam envolvidas, nomeadamente, na prevenção florestal envolvendo os Bombeiros locais.

Estão também salvaguardadas as questões da Reserva Natural, do Lince Ibérico e dos caminhos agrícolas.

“Aquando da construção do parque haverá uma incidência muito grande de trânsito pesado. Os caminhos agrícolas estão alcatroados, estão descritos no protocolo, com a obrigação da sua reparação no final, ficando no mínimo igual ao que está hoje”, disse.

António Beites assegura que esta é uma obrigação que já consta no protoloco com o grupo que está a renovar o parque eólico do concelho, nomeadamente com a estrada municipal 570 e com os danos que esta venha a sofrer.

O protocolo foi aprovado por unanimidade.