A aldeia de Vales do Rio já tem a funcionar o local de culto da maior iguaria das freguesias da denominada Corda do Rio, no concelho da Covilhã.
Trata-se do Centro Interpretativo do Brulhão, uma obra sonhada durante mais de 10 anos e que, finalmente, está inaugurado, sublinharam este domingo os diversos intervenientes na sessão protocolar que assinalou o ato.
Rui Amaro, um dos grandes defensores do brulhão antes mesmo de ser presidente da UF Peso e Vales do Rio, salienta que o centro vai preservar a memória coletiva da aldeia e será uma referência regional, esperando que com ele se consiga cada vez mais visitantes na região.
“O centro vai preservar a memória coletiva de Vales do Rio, as origens, os costumes e o saber. Iremos demonstrar e ensinar como se faz o brulhão. O centro vai ser um ponto de referência da nossa região, que esperamos que seja um verdadeiro ponto atrativo e com isso consiga agregar muitas pessoas para visitar a nossa região”, disse.
Um objetivo que o autarca espera conseguir com a integração do centro “nas melhores redes de centros interpretativos” e na rede de museus do concelho e da CIM Beiras e Serra da Estrela, um objetivo que espera conseguir com a ajuda da Câmara Municipal da Covilhã, sublinhou durante o seu discurso.
Trata-se de uma obra com um custo total superior a 304 mil euros, financiado pela ADERES com 159 mil, pela Câmara Municipal da Covilhã com 128 mil e pela União de Freguesias do Peso e Vales do Rio com 17 mil euros.
A cerimónia de inauguração foi presidida pelo Secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Hernâni Dias.
O governante destacou, na sua intervenção, o papel que a gastronomia tem nos territórios de baixa densidade como polo de atração, elogiando a “obra fantástica” que é este centro interpretativo.
“Um espaço que marca de forma muito positiva a história, as raízes e a identidade desta aldeia na vertente gastronómica, e nós sabemos bem que a gastronomia dos nossos territórios tem uma grande importância, e eu digo nosso porque também venho de uma terra onde temos de lutar o dobro para conseguir metade do que conseguem outros, noutras partes do país”, disse.
“É um espaço fantástico, de conhecimento e de preservação da mais valia da vertente gastronómica”, salientou destacando o facto de a obra ter nascido da congregação de um conjunto de entidades, o que mostra que com “união de forças se realiza o que é importante”.
Vítor Pereira, presidente da Câmara Municipal da Covilhã, sublinha que o centro de insere na rede de centros interpretativos do concelho, vincando que será importante que esta funcione como tal, para que os visitantes, ao estarem num centro tenham curiosidade de seguir para outros.
Por outro lado, o autarca salienta que este, e os restantes centros interpretativos do concelho são “boas razões” para fixar pessoas no território.
“Temos que ter boas razões para fixar pessoas no nosso território e só com âncoras desta natureza e com a iniciativa empresarial, é que conseguimos criar riqueza, emprego e fixar aqui pessoas”, disse.
José Armando Serra dos Reis, presidente da ADERES, que no âmbito do programa de Revitalização das Aldeias financiou a obra, sublinhou que este é um dos 200 projetos que existem no território onde a associação intervém, a Estrela Sul, salientando que espera que este, em concreto, “abra o apetite” para a visitação de todos.
A coordenação deste Centro Interpretativo do Brulhão vai estar a cargo de Jorge Andrade, um verdadeiro impulsionador do brulhão.
Sublinha que o centro será uma obra dinâmica, mostrando-se convicto que todos os naturais da região que o visitem vão “sentir orgulho”.
“Não é um ponto de chegada, é um ponto de partida. É uma obra que da nossa perspetiva se quer dinâmica, o que está aqui já ninguém o leva, nós já preservámos muito do património, mas há muito mais coisas a vir para cá e tenho a certeza que todos os valerienses, todos os beirões que o visitarem, vão sentir muito orgulho do que aqui está”, disse.
Dizer que no concelho da Covilhã, a integrar a Rede de Centros Interpretativos, existe o da Cereja, no Ferro, o Museu do Queijo em Peraboa e o Centro Interpretativo da Argemela no Barco.
Em construção está o Centro Interpretativo do Azeite, na Coutada, o Mineiro, nas Minas da Panasqueira, e o da Ribeira e Ciclo da Broa no Paul, para além deste agora inaugurado.