Mobilidade em destaque na Assembleia de Freguesia da Covilhã e Canhoso

A Assembleia de Freguesia da União de Freguesias de Covilhã e Canhoso reuniu ontem, dia 24 de setembro, e teve a mobilidade como um dos temas em destaque.

Luís Dias, eleito pela coligação “Juntos Fazemos Melhor”, usou da palavra para sublinhar que a celebração da Semana Europeia da Mobilidade, realizada na passada semana, “não pode camuflar a realidade vivida diariamente pela nossa população”. Nomeadamente, a situação da degradação e da falta de segurança dos passeios da cidade.


“Apesar de tanto se falar em mobilidade, os passeios da nossa cidade continuam numa degradação completa. É impossível ignorar o estado lamentável em que muitos se encontram, tornando-se verdadeiros obstáculos para quem quer circular a pé. Refiro-me, em especial, à irregularidade do piso, sinalética ou árvores no meio do passeio, diversa vegetação a romper por entre os paralelos ou cimento. Pessoas com mobilidade reduzida, idosos e até crianças são forçados, muitas vezes, a andar pela estrada devido à falta de manutenção dos passeios e isto não é só uma falha grave de gestão, mas também um risco de segurança para os nossos idosos”, destaca.

Além da degradação dos passeios, Luís Dias mostra-se preocupado com a “falta de segurança dos abrigos de passageiros de autocarros”, principalmente em dias chuvosos, e lança ao ar a questão “como podemos falar em mobilidade sem garantir as condições básicas?”.

Carlos Martins, presidente da União de Freguesias, subscreve as palavras de Luís Dias, acrescentando que, nas primeiras chuvas, foi verificar como é estava a situação.

O estado da ponte pedonal da Carpinteira também mereceu destaque por parte do eleito pela coligação “Juntos Fazemos Melhor”. Luís Dias acusa o município de “promover a mobilidade sustentável” enquanto deixa as restantes infraestruturas “ao abandono”. “Esta ponte é crucial para a mobilidade dos cidadãos e está num estado deplorável. O chão está esburacado e a iluminação fundida, tornando a travessia não só desconfortável, mas também perigosa, especialmente à noite”, aponta.

Em relação às trotinetes elétricas, Luís Dias menciona o “uso desordenado”, nomeadamente trotinetes a circular nos passeios, em contramão na estrada ou abandonadas em qualquer sítio, e a “falta de regulação e fiscalização”, o que torna esta solução de mobilidade num “verdadeiro perigo”.

Além disso, há utilizadores que não cumprem as regras básicas estabelecidas no Código da Estrada, onde as trotinetes estão classificadas como velocípedes, devendo-se seguir normas de segurança claras. Esta desorganização exige uma resposta urgente. Cidades como o Porto e Lisboa já implementaram regulamentos específicos para garantir a utilização segura e ordenada destes meios de transporte. A Covilhã não pode ficar para trás. É fundamental adotar medidas semelhantes antes que ocorram acidentes mais graves”, esclarece.

Quanto às bicicletas recentemente disponibilizadas, o eleito pela coligação “Juntos Fazemos Melhor” receia que “o serviço se degrade rapidamente”, “comprometendo o acesso dos cidadãos a um meio de transporte prático e ecológico”, se não existir “um plano concreto e uma manutenção regular”.

Paulo Santos, secretário da Assembleia de Freguesia, menciona o crescimento de 38% da utilização dos transportes, que a Transdev teve no primeiro semestre do ano, e aproveita para destacar a importância de questionar o município em relação a esse crescimento e tentar perceber se isso “se vai refletir no sacrifício que as pessoas do nosso concelho fazem para pagar os passes ou se vão continuar a ter a mesma despesa”.