O Coro Misto da Beira Interior é uma das atividades mais visíveis da Associação Cultural da Beira Interior, já conquistou vários prémios internacionais, cantou em palcos de Gaza e de Croácia, por exemplo, já foi recebido pelo Papa, tem méritos reconhecidos a local, regional, nacional e internacional, mas não tem uma sede, como a associação também não tem.
Esta é a grande lacuna, não só do coro, mas principalmente de toda a Associação Cultural da Beira Interior, revela Luís Cipriano, maestro e presidente da associação.
“Deixar de ser nómadas e passar a ser sedentários era um bom bolo de ano”, disse quando questionado pela Rádio Clube da Covilhã sobre o que de melhor poderia receber nas celebrações dos 35 anos, que o coro está a assinalar.
O maestro dá conta que com uma sede, haveria inúmeras crianças do concelho da Covilhã, e da região, que passariam a beneficiar de atividades, que de outra forma não conseguem.
Luís Cipriano recorda que ficar sem sede, há alguns anos atrás, foi o pior momento da associação e do próprio coro, mas que serviu para o fortalecer e unir mais que nunca, frisando tal foi mais marcante que receber prémios internacionais.
“Lembro-me que nos mandatos do anterior presidente a nossa sede foi fechada e o coro teve que ensaiar “às escondidas” e isso tornou o coro muito mais forte, as pessoas sentiram-se mais unidas. Os prémios internacionais têm um duplo sabor. Primeiro é a festa, como foi na Croácia em que concorremos em quatro categorias e ganhámos quatro medalhas de ouro, mas assim que acaba a festa passamos a ter qua justificar porque é que ganhámos aquelas quatro medalhas”.
A sede, vinca o responsável, será benéfica para os ensaios do coro misto, mas principalmente iria beneficiar o coro infantil e as crianças das escolas do concelho, uma vez que seria possível dar uso aos instrumentos que estão encaixotados e realizar workshops que agora são quase impossíveis.
“Gostávamos de ter uma sede, estamos sempre em situação provisória”, diz, avançando que acredita que “o atual presidente de Câmara só não irá resolver se não conseguir”.
Recorda que na associação existem atividades como o projeto Zéthoven e o Plante um Músico e que “há instrumentos que estão encaixotados, o que é um desperdício”. Vinca que com espaço poderiam “fazer workshops para as escolas do concelho, porque temos equipamento para isso, mas uma coisa é pegar numa marimba ou num xilofone e ter ali para utilizar, outra é montar, usar e voltar a encaixotar”.
“Faz-nos falta um espaço para estas atividades e para ensaiar”, conclui.
Luís Cipriano mostra-se convicto que até final do mandato o executivo liderado por Vítor Pereira irá resolver a situação, avançando que já manteve diversas reuniões sobre esta matéria, mas sem adiantar se há algum espaço que esteja a ser equacionado para esse fim.