A ESTE – Estação Teatral assinala 20 anos com a estreia do espetáculo “Descaminho”, que vai estar em cena até 3 de novembro, no Auditório da Moagem, no Fundão. As sessões acontecem de quinta-feira a sábado às 21:30 e aos domingos às 17:00.
Segundo nota de imprensa, o espetáculo “Descaminho” parte de um “levantamento de testemunhos orais na zona raiana da Beira Interior e de material de arquivo, obras documentais e literárias e caminhadas de pesquisa pelas rotas de contrabando transfronteiriças”.
“As histórias secretas e as relações de clandestinidade, as entre-histórias políticas e pessoais e o seu eco no imaginário social desta zona, constituem então a pedra angular de um espetáculo que, apesar de começar por uma pesquisa etnográfica, antropológica e de arquivo, culmina numa transposição poética, assente nas linguagens do teatro físico, máscara e objetos, bilíngue, na fronteira entre o real e a ficção, entre o vivido e a pós-memória”, pode ler-se no documento.
O espetáculo conta com encenação e dramaturgia de Sofia Cabrita e interpretação de Javier Ariza, Joana Poejo e Tiago Poiares.
Depois das sessões no Fundão o “Descaminho” muda-se para o Centro Cultural Raiano em Idanha-a-Nova com uma sessão marcada para dia 16 de Novembro às 21:30.
Ainda no âmbito da celebração dos 20 anos da ESTE – Estação Teatral, a Moagem vai acolher, entre 24 de outubro e 3 de novembro, a exposição de fotografia “Entre Caminhos”.
Esta exposição nasce do trabalho documental de preparação para a peça “Descaminho”, criada pela ESTE – Estação Teatral. Neste projeto, Mário Melo Costa e Mafalda Silva apresentam “uma visão conjunta sobre as fronteiras que atravessam o nosso mundo, sejam elas físicas, políticas, culturais ou imaginadas”.
“Nas obras, um fio de bordar vermelho percorre as paisagens capturadas, evocando de forma minimalista as barreiras que nos dividem e nos conectam. A presença delicada do fio, quase imperceptível, contrasta com a profundidade e textura das imagens em infravermelho, sugerindo tensões entre continuidade e separação. Este fio transforma-se num símbolo poderoso pela sua simplicidade, sublinhando a fragilidade e a persistência das fronteiras, sem interromper o fluxo natural das paisagens”, pode ler-se na nota de imprensa.
Este trabalho conjunto não faz distinções entre técnicas ou meios, mas revela-se como “uma linguagem unificada, onde fotografia e arte têxtil se entrelaçam para refletir sobre o impacto das barreiras visíveis e invisíveis”. A exposição “Entre Caminhos” convida o público a “explorar as divisões que moldam a sua realidade, oferecendo uma meditação visual sobre a relação entre espaço, pertença e exclusão”.