Afetados pelos incêndios no Fundão ainda sem apoios. PS recua no voto de condenação ao Governo

A bancada do PS na Câmara Municipal do Fundão propôs um voto de condenação ao Governo por, passado um mês, ainda não estar resolvida a “injustiça” de não se incluir na lista dos apoios aos afetados o concelho do Fundão.

“Lamentamos que não esteja resolvido, neste caso a situação dos apoios que o Governo do PSD não deu ao Concelho do Fundão, nomeadamente às freguesias Silvares e da Barroca, nas resoluções de Concelho de Ministros. Passado um mês é com o lamento que percebemos que nada se alterou em relação a essa matéria e aqui reiteramos o nosso posicionamento na última reunião acerca deste assunto. E, para reforçar esse nosso posicionamento, propor que aprovemos um voto de condenação ao Governo por não ter ainda alterado e olhado para o Concelho do Fundão como um território que foi amplamente afetado. Esse voto feito hoje dará um sinal claro daquilo que nós defendemos para o nosso território”, disse a vereadora Joana Bento.


Paulo Fernandes, presidente da Câmara Municipal do Fundão, justificou que, nos próximos 15 dias irá reunir com os secretários de Estado da Proteção Civil e das Florestas, vincando que “se não ficar resolvida a situação”, será “o primeiro subscritor desse voto”, mas votar antes de reunir “não seria correto”.

“Vou reunir para ver se, de uma vez por todas, esse assunto fica resolvido. Caso até meados de novembro, não haja nenhum avanço relativamente a essa questão, serei o subscritor número um daquilo que acabou de referir”, disse.

Miguel Gavinhos, vice-presidente da autarquia, realçou que nesta situação está também a freguesia da Capinha, avançando que o Fundão “não é caso único no país”, estando a envidar-se esforços para resolver a questão “pela via diplomática”.

Posições que levaram Joana Bento a recuar na intenção de propor o voto, lamentando não o fazer, até porque lamenta “que a situação continue por resolver”.

Recordar que dos incêndios de setembro, no concelho do Fundão, resultou prejuízo total, entre público e privado, de cerca de 8 milhões de euros.

A componente agrícola está abrangida por despacho do Governo, mas na componente florestal, aquela em que há mais prejuízos, o Fundão ficou fora dos apoios.