Vítor Pereira, presidente da Câmara Municipal da Covilhã, respondeu hoje, depois da reunião extraordinária do executivo em que foi aprovada a operação de resgate do saneamento em alta, ao comunicado emitido pela empresa Águas da Serra, em que esta dizia que a operação daria origem a uma indemnização de 18 milhões de euros e que era ilegal.
O autarca afirma que se trata de desespero, e que ameaças “não vergam o seu executivo”.
“Este comunicado tinha um duplo objetivo, amedrontar-nos. Pensavam que nós vacilávamos, não conhecem a minha fibra e de quem me acompanha, de quem teve coragem de votar esta decisão, nós não vergamos, eu não vergo e não verguei. Por outro lado, é uma cortina de fumo para esconder muita coisa aos acionistas japoneses, e mais não digo”, sublinhou.
Mostra-se convicto que “após este resgate a administração da empresa irá levar uma vassourada por incompetência, não merecem outra coisa a não ser isso”, disse.
O autarca também diz que se tratou de “uma intolerável tentativa de condicionar os eleitos”.
Uma tentativa para que “eles, a AdS, pudesse continuar a explorar os covilhanenses. Esta tentativa de coação foi fraca, desajeitada, desnorteada, infantil e revela um profundo desespero, com completa falta de tino, uma coisa que não tem qualificação, e a coberto do anonimato”, disse
A intenção era que a concessão continuasse para que arrecadassem, fruto dos pagamentos dos covilhanenses mais 52 milhões de euros, avançou ainda o presidente da CMC.
Sobre as acusações de ilegalidade, mostra-se seguro de que nada há a apontar.
Já sobre os 18 milhões de euros de indemnização, Vítor Pereira dá o exemplo do que aconteceu em Paredes, com uma situação idêntica, em que a empresa dizia que lhe eram devidos 200 milhões e a Câmara pagou 21 milhões.
“Alarve não é quem pede, alarve é quem dá”, concluiu o autarca.