Cardiologia: Cova da Beira em menos de um ano passa de pior a melhor região do país

Com a entrada em funcionamento da Unidade de Intervenção da Covilhã, que em oito meses chegou às mil intervenções, a Beira Interior, na intervenção cardiológica, passou de pior região do país a melhor, garantiu Marco Costa, coordenador de equipa na ULS Cova da Beira.

“Fizemos mesmo história, atrevo-me a dizer, e perdoem-me a imodéstia, que este é um dos projetos mais significativos, se não o mais significativo, na área da saúde em 2024. Estamos a falar em quase 400 mil pessoas, em toda a Beira Interior. Quando precisamos de intervir rapidamente, neste momento, de pior zona nesta área passou a ser a melhor. Nós temos um tempo de intervenção muito rápido, porque há sempre gente disponível aqui para tratar esses doentes”, disse.


Marco Costa mostra-se convicto que nestes oito meses foram salvas muitas vidas, realçando a rapidez de intervenção e também a ajuda de equipas externas com muita experiência neste tipo de intervenção, que faz com que haja mais casos de sucesso.

O coordenador sublinha que este é, também, um projeto formativo, com vários elementos em estádios de formação muito elevada, frisando que aqui a ideia “não é dar o peixe, mas ensinar a pescar” para “conseguir a autonomia”.

Um processo também realçado por João Casteleiro, presidente do conselho de administração da ULS Cova da Beira que espera que dentro de 5 a 6 anos haja uma equipa própria e formada na unidade.

“Somos uma unidade de referência, mas também é verdade que temos aqui grandes equipas, é quase uma seleção nacional. Temos equipas de grande qualidade que vêm de todo o país dar a sua ajuda. Este é também um projeto formativo”, disse.

No dia em que se assinalaram as mil intervenções na unidade da Covilhã, João Casteleiro aproveitou para manifestar “gratidão para com todos os que contribuíram para esta realidade, desde políticos a colégios de especialidades médicas, pois todos foram unanimes em reconhecer esta importância.

Realça que esta é uma unidade para toda a região e até mesmo para o país, que contribui para o bom serviço do SNS.

“Contribui para o bom serviço do SNS e é um contributo para que todos os serviços de saúde cheguem da mesma forma a quem tem mais e a quem tem menos possibilidades. É esse o nosso ADN e o de todos os serviços de saúde”, realçou.

Vítor pereira, presidente da Câmara Municipal da Covilhã, sublinha que a unidade vem “mostrar uma equidade que é fundamental”, afirmando que “se fez justiça à Beira Interior”.

“Os nossos concidadãos têm os mesmos direitos que os do Litoral”, manifestou, concluindo que celebrar a milésima intervenção é o mesmo que celebrar a vida, mostrando-se convicto que muitas foram salvas nestes oito meses.

António Peixeiro, diretor do serviço de cardiologia da ULS Cova da Beira, realça que conseguir a unidade foi “um feito”, desafiando a que não se fique por aqui. “Provámos que era um projeto fundamental”, disse

A Unidade de Intervenção cardiológica da Covilhã começou a funcionar a 1 de fevereiro de 2024. Até dia 6 de outubro atendeu 720 doentes, sendo 280 da área da ULS Cova da Beira, 239 da ULS Castelo Branco e 201 da ULS Guarda. Realizou 1034 procedimentos, sendo que mais de duzentos foram urgências.

Tem uma equipa interna com três enfermeiros, um médico, cinco técnicos e conta com outros colaboradores. Tem equipas externas sendo uma corneadora, liderada por Marco Costa da ULS Coimbra, e outras oriundas de cinco ULS que, com pendor formativo, se juntam semanalmente à equipa interna, nomeadamente, do S. João, de Gaia/Espinho, Lisboa Ocidental, Coimbra e Almada/Seixal.