Dia da Cidade com homenagem aos que “ajudam a levar o nome da Covilhã mais longe”

Em dia de aniversário da cidade, a Câmara Municipal da Covilhã homenageou três instituições “que muito enobrecem e densificam a nossa vida” e 12 personalidades que contribuíram para “desenvolver o nosso concelho e para ajudar a levar o nome da Covilhã muito mais longe”, sublinhou Vítor Pereira durante a cerimónia de homenagem, que decorreu este domingo à tarde.

“É uma justíssima homenagem da Covilhã a figuras ímpares, um reconhecimento do seu percurso de vida, dos exemplos, do mérito, da capacidade, do engenho, da arte, da ousadia e da criatividade”, disse o Presidente da Câmara Municipal da Covilhã.


Vítor Pereira elogiou individualmente cada uma das personalidades homenageadas, começando pelos que receberam a medalha de mérito grau prata.

A António Correia de Sá, administrador executivo das Minas da Panasqueira, elogiou “o percurso profissional invejável no setor da indústria extrativa” e agradeceu “o seu trabalho pleno e a sua dedicação permanente”. “António Correia de Sá já passou da idade da reforma, mas nem por isso parou. Como sempre fez, continua a trabalhar para o desenvolvimento daquela empresa centenária”, destacou.

António Correia de Sá agradece a homenagem que, para ele, é “além de uma grande honra, um motivo especial de orgulho” e destaca que também estão a ser homenageadas as minas da Panasqueira e as suas excelentes relações com o município da Covilhã”.

Sobre Carlos Casteleiro Alves, médico, professor universitário, empresário e político, Vítor Pereira afirma que “tem exercido com rigor e exatidão a sua profissão, ajudando tantos doentes das nossas terras”. O Presidente da Câmara da Covilhã destaca que Carlos Casteleiro Alves “esteve na génese da criação do serviço de gastroenterologia na ULS da Cova da Beira” e que “graças a ele temos na cidade uma clínica médica que presta serviços de excelência”.

Carlos Casteleiro Alves começa por agradecer a homenagem e admite que “dificilmente existe maior orgulho e honra do que estar a receber tamanho reconhecimento”. “Reconhecer o mérito e penalizar o demérito são pendulares para uma sociedade equilibrada, justa e saudável. Se fazer bem não é reconhecido e fazer mal não tem consequências, então fazer qualquer coisa passa a ser o padrão”, conclui.

Sobre Joaquim Matias, professor, político, dirigente associativo, Vítor Pereira destaca que as suas vidas profissionais coincidiram, na vida autárquica, e que nele encontrou “um homem combativo e empenhado em levar a Covilhã sempre mais longe, espírito que mantém no cargo de Presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Covilhã”. O Presidente da Câmara agradece “por tudo o que tem feito por esta terra”.

Joaquim Matias agradece o reconhecimento e enaltece que aprendeu que “fazer política é resolver os problemas das pessoas” e deixa a promessa de que “podem continuar a contar com o Joaquim Matias para servir a Covilhã, para servir as instituições e para ajudar a resolver os problemas das pessoas sempre que seja necessário”. O homenageado garante que não é “covilhanense de nascença”, mas é “covilhanense de coração”.

O Presidente da Câmara, Vítor Pereira, vê Jorge Torrão, que foi quadro Técnico Superior do Inatel e Coordenador Desportivo para o Distrito de Castelo Branco, como um “homem humilde, culto e com muita sede de conhecimento”. Enquanto vereador da Câmara da Covilhã, ficou “com muitos pelouros e difíceis”, “mas nunca atirou a toalha ao chão”.

Jorge Torrão agradece a distinção e destaca “esta tarde em que a comunidade covilhanense está, de alma e coração, junta na preocupação em relação a honrar o passado e na projeção do futuro”.

José Curto Pereirinha, falecido em fevereiro deste ano, exerceu funções em várias empresas da indústria têxtil e foi administrador das Águas da Covilhã. Vítor Pereira recorda-o como “um homem muito metódico, muito organizado, muito zeloso, muito empenhado em tudo o que fazia” e como “um exemplo de dedicação, de entrega e de estudo”.

As filhas do homenageado, Joana e Isabel, usaram da palavra durante a cerimónia. “Somos testemunhas da profunda amizade e orgulho que ele nutria por aqueles que, como ele, percorrem os caminhos difíceis desta vida e se dedicam a fazer, a aprender, contribuir na comunidade para o bem comum a favor das pessoas”, partilharam.

José de Lemos, falecido em agosto deste ano, foi presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Lanifícios, um dos obreiros da greve dos mil escudos e um resistente antifascista. Vítor Pereira assegura que “a sua coragem e determinação, em tempos duros e sombrios, deve servir-nos de exemplo a todos nós” e agradece tudo o que o homenageado fez pela Covilhã e pela democracia.

A filha de José de Lemos, Maria João Lemos, agradeceu a homenagem que a Câmara da Covilhã faz ao seu pai no ano em que se celebram os 50 anos do 25 de abril. “Sei que, muito provavelmente, ele não estaria aqui hoje, por não gostar de homenagens públicas, mas também sei que ficaria agradecido pelo reconhecimento”, diz.

José Luís Brito Rocha, proprietário da Farmácia Carvalhense e Presidente da direção do Lar de São José, é um “homem que tanto tem dado à nossa Covilhã e à nossa região”, diz Vítor Pereira. “São muitas as ações que levou a cabo em prol dos outros”, destaca.

Brito Rocha agradece à sua família por todo o carinho, recorda a sua história de vida e destaca que “dedicou a esta cidade o meu interesse e a minha vida toda”.

Falecido em julho de 2023, Luís Patrão foi Presidente do Turismo de Portugal, chefe de gabinete de dois primeiros-ministros, António Guterres e José Sócrates, deputado, secretário de Estado e membro da comissão permanente do PS. Vítor Pereira recorda Luís Patrão como um “homem absolutamente notável, um cidadão exemplar, um homem extraordinário”, que “nunca esqueceu a Covilhã”. “Ele era daqueles que, aquilo que dava com a mão direita, nem a esquerda sabia”, destaca ainda.

A filha, Joana Patrão”, refere que o pai sempre lhe transmitiu “o sentimento de orgulho e pertença a esta cidade” e que ainda hoje é à Covilhã que vem sempre que precisa de “sentir o conforto de estar em família e em casa”. Joana destaca que, embora o pai tenha deixado a cidade cedo, “nunca se afastou das suas origens” e que o seu grande objetivo não era o reconhecimento, mas sim “conseguir contribuir para o desenvolvimento e crescimento desta cidade”. A filha de Luís Patrão promete que, juntamente com o irmão, “continuaremos o legado deixado pelo meu pai, sempre que trazemos os seus netos a esta cidade que tanto gostam e que sentem como sua”, conclui.

Manuel Carrola, falecido em abril de 2022, foi dirigente e presidente da Mesa da Assembleia Geral do Conselho Fiscal do Sindicato Têxtil da Beira Baixa e membro da União de Sindicatos de Castelo Branco. Vítor Pereira diz que “Manuel Carrola é dos que nos faz ter orgulho na história da Covilhã, na história das lutas operárias, das lutas por melhores condições, da luta pela liberdade e do trabalho feito para construir uma democracia”.

Beatriz Félix, neta de Manuel Carrola, agradece a distinção e recorda as palavras ditas no último adeus ao seu avô: “quem não vive para servir, não serve para viver”. Beatriz recorda Manuel Carrola como um “homem sério, íntegro, que se empenhava pelas causas, que defendia os trabalhadores com unhas e dentes e a voz do operário” e que a deixou com a certeza que “ainda há muito para fazer em prol de tudo e de todos”.

Miguel Castelo Branco, médico, professor universitário e político, é presidente da Faculdade de Ciências da Saúde e foi Presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Cova da Beira. O Presidente da Câmara Municipal da Covilhã fala de Miguel Castelo Branco como mais “um exemplo de dedicação profissional que muito tem beneficiado a Covilhã e a região”, um homem que “nunca virou costas a um desafio, mantendo sempre o seu gosto pela investigação e pela ciência”.

Miguel Castelo Branco afirma que as suas grandes lutas passam por “construir uma sociedade mais justa, mais equilibrada, mais humana” e “apostar na Covilhã e na sua região”. O homenageado assegura que aquilo que faz é “defender a nossa terra” e promete que a sua linha de ação vai ser “continuar a tentar construir uma cidade melhor”.

Rui Lourenço é um empresário que criou a Residencial Santa Eufémia e a empresa Construções Lourenço Lda., construiu centenas de casas na Covilhã e Algarve, bem como o edifício do Centro Comercial do Sporting ou o Hotel Dona Maria. Vítor Pereira diz que a história de vida de Rui Lourenço é “verdadeiramente inspiradora”. Emigrou para ter uma vida melhor e, quando regressou, investiu as suas economias “com uma visão e empreendedorismo notáveis”, subindo “a pulso”.

Rui Lourenço deixou a intervenção institucional para o seu filho, também ele Rui. “Embora a Covilhã não tenha sido a nossa cidade berço, foi aqui que encontramos um lar e foi aqui que o meu pai cresceu como empresário e criou a sua família”, começa por dizer. Rui reconhece o mérito da mãe, que sempre acompanhou o seu pai, e que juntos “demonstraram uma determinação inabalável e uma paixão contagiante de transformar ideias em realidades”.  

Major-General Rui Tendeiro, natural da Covilhã, é piloto aviador e comandante Operacional da Madeira. Na sua vida profissional foi piloto de esquadra e oficial de operações com ligação à NATO. Vítor Pereira fala de Rui Tendeiro como “um homem que ousou sonhar e que voou muito alto” e que, apesar “de tantas horas em que voou para outras paragens”, “nunca esqueceu a Covilhã”.

Rui Tendeiro começa por agradecer e dizer que, apesar de “ter muitas homenagens públicas”, aquilo que sente “não tem descrição”. O homenageado mostra orgulho nas suas raízes covilhanenses e afirma que “saí da Covilhã, mas a Covilhã não saiu de mim”. No fim, promete que haverá de regressar “um dia mais tarde, sem a farda”.

Depois de enaltecer individualmente cada uma das personalidades homenageadas, Vítor Pereira elogiou as três instituições que receberam a medalha de mérito grau ouro.

O Presidente da Câmara Municipal da Covilhã carateriza a APPACDM como um “Instituição cujo mérito é inquestionável”, “uma instituição que dá resposta a pessoas com necessidades específicas que de outra forma correriam o risco de ficar excluídas” e que é, também, “uma âncora para as respetivas famílias”.

António Marques, Presidente da APPACDM da Covilhã, agradece a distinção, assegura que o foco dos 42 colaboradores é “a inclusão efetiva com vista a uma sociedade mais justa, solidária e fraterna”, que este trabalho só se consegue fazer com “disponibilidade solidária, afeto e amor” e que este reconhecimento é o primeiro passo para “partirmos daqui com mais força e vigor para prosseguir esta nossa caminhada”, conclui.

A Casa da Covilhã em Lisboa é, para Vítor Pereira, um “importante elo de ligação entre a Covilhã e os covilhanenses que tiveram de sair de cá rumo à capital” e fala da necessidade de prestar “tributo à coragem do grupo que não deixou que esta casa desaparecesse”. Destaca, ainda, o centenário desta casa, que se celebra este ano.

Manuel Vaz, Presidente da Casa da Covilhã em Lisboa, fala das dificuldades pelas quais a casa passou ao longo dos últimos anos, diz que esta é “um elo de ligação e solidariedade entre os covilhanenses em Lisboa” e assegura que “na Casa da Covilhã se respira o ar da serra”.

Sobre a Escola Pêro da Covilhã, Vítor Pereira agradece o papel da escola tem no “garante de uma educação de altíssima qualidade” e evoca a sua “história rica e bem representativa da dedicação de tantos profissionais que por lá passaram e que ainda lá laboram”. A escola abrange o ensino pré-escolar, o segundo ciclo e o ensino prisional, conta com mais de mil alunos e mais de 32 nacionalidades. “O conhecimento é a palavra de ordem” na Escola Pêro da Covilhã, diz o Presidente da Câmara Municipal da Covilhã.  

Jorge Crucho, diretor da Escola Pêro da Covilhã, assegura que a escola tem “a honra dos pais, encarregados de educação, nos atribuírem o bem mais essencial que eles têm, que são os seus filhos”. Acrescenta que “a escola não são só os professores”, mas sim de “todos aqueles que passaram e honraram o nome de escola”.

A cerimónia de homenagem realizou-se este domingo, dia 20 de outubro, no Salão Nobre da Câmara Municipal da Covilhã.