A 5.ª edição do “Em transito – artes performativas para novos públicos”, realiza-se entre 18 de outubro e 21 de novembro, e pretende “descentralizar da cidade para as aldeias e vilas” este tipo de espetáculos, disse Sílvia Ferreira durante conferência de imprensa de apresentação do evento.
Com organização da Quarta Parede o “Em Trânsito” apresenta espetáculos na cidade, e nesta edição, também em Orjais e no Peso.
Os espetáculos terão lugar em espaços convencionais, como o auditório do Teatro das Beiras, mas também na Biblioteca Municipal e em salões comunitários das aldeias.
Com 12 sessões no total, o “Em Trânsito” terá sessões com formatos de espetáculo, espetáculo-oficina, sessões de contos e conversas, integrando projetos na área da dança, teatro, narração oral e cruzamentos disciplinares, tendo como denominador comum a linguagem performativa e o propósito de levar o público a refletir, sobre temas de pertinência cívica.
“Como é característico do “Em Trânsito”, esta quinta edição acolhe projetos com temas de pertinência cívica, humana e pedagógica, criados por artistas com trabalhos reconhecidos como Cláudia Gaiolas e madalena Vitorino”. “Trata-se de uma programação de projetos sensíveis a pensar em públicos específicos e na relação com a audiência, que em alguns casos também é participante”, disse Sílvia Ferreira que divide a direção artística do certame com Rui Sena.
Em particular esta edição “apresenta projetos que de alguma forma provocam a reflexão e a discussão sobre o silenciamento e a invisibilidade de quem, dificilmente, fica na história ou chega a lugares de poder”, detalhou.
O programa arranca dias 18 e 19 de outubro, com duas sessões de “Catarina Eufémia”, a nova peça do ciclo Antiprincesas de Cláudia Gaiolas, dirigida a grupos escolares e público em geral, na Biblioteca Municipal da Covilhã.
No Peso, no Pavilhão Multiusos, apresenta-se a 25 de outubro às 14:30 e às 21:30, António Fontinhas, com um espetáculo de narração oral em que partilha contos tradicionais portugueses.
A 31 de outubro tem lugar o espetáculo comunitário “Lembras-te da Guerra Colonial”, que aborda “outra zona sensível, esta da história do nosso país e de muitas pessoas que a viveram direta e indiretamente”.
Trata-se do resultado do Laboratório de Artes Performativas Sénior da Quarta Parede, com 12 participantes, que se apresenta no auditório do Teatro das Beiras às 21:30.
A 7 de novembro nova sessão de contos, agora de Minas Gerais, Brasil, pela voz de Fábio Supérbi. Também neste caso há espetáculos para o público escolar, às 14:30 e para o público em geral, às 21:30, sempre no salão comunitário de Orjais.
A dança, música, literatura e ilustração estão presentes no espetáculo de 15 e 16 de novembro “A grande viagem do pequeno Mi”, de Madalena Vitorino, um espetáculo-oficina com sessões para o 1.º e 2.º ciclos e pré-escolar no dia 15 de novembro e para o público em geral no do 16. Terão lugar na Biblioteca Municipal da Covilhã.
É sobre “exclusão”, entre muitas outras coisas, que fala a leitura encenada “Quem Matou o Meu Pai” de Luís Mestre, a partir do texto homónimo de Édouard Louis, que encerra a programação do “Em Trânsito” a 21 de novembro.
Todas as atividades vão ser seguidas de uma conversa informal, entre o público e os artistas para “estimular a participação do público sobre as atividades e sobre os temas satélites que lhe são próximos”, disse ainda Sílvia Ferreira.
A responsável detalha que houve a preocupação de conseguir um programa que, sendo dirigido, em alguns casos, ao publico infantojuvenil, possa, e deva, ser vista por todos.
“Isto faz com que sejam muito acessíveis tanto a pessoas que não têm familiaridade com linguagens artísticas contemporâneas, como a pessoas que já têm esta gramática, mas porque são espetáculos que têm um novo fôlego e vitalidade, têm todo o interesse em ver”, sublinhou
Para esta quinta edição Sílvia Ferreira frisa que a grande expectativa as crianças e jovens, a quem se dirige a grande maioria dos espéculos, leve a mensagem para casa, para a vizinhança e que no espetáculo da noite, “traga os pais e a família pelas mãos” e que a passagem por espaços não convencionais, mostre “que as artes performativas podem ser apresentadas nesses locais”.
O orçamento para esta edição ronda os 15 mil euros.