Nas intervenções da oposição na Assembleia Municipal da Covilhã durante o debate sobre “Desenvolvimento Sustentável, Urbanismo e Espaços Verdes” foi apontada a falta de espaços verdes na cidade e de apostas no desenvolvimento sustentável como grandes lacunas existentes. O PS diz que são discursos com “inverdades”.
Jorge Vaz (PSD) na área do urbanismo aponta como exemplo o “centro histórico ignorado ou mal gerido”, sem incentivo à reabilitação e sem políticas para “voltar a vida” aquele local.
“O nosso centro histórico é um dos maiores patrimónios da Covilhã, mas tem sido sistematicamente ignorado ou mal gerido”, disse, apontando também que no desenvolvimento sustentável “a cidade depende fortemente de práticas urbanísticas desatualizadas. A cidade tem desperdiçado oportunidades de apostar em soluções verdes, energias renováveis e práticas de construção sustentáveis. Falta uma estratégia de transição energética, que incentive o uso de energia renovável, como a solar, sem que isso signifique ter um mar negro às portas da cidade, cortando a ligação ao rio”, criticou.
Para o eleito a Covilhã está “inserida numa paisagem natural riquíssima, mas apresenta uma gritante falta de espaços verdes” sublinhou, frisando que é preciso “um plano urbanístico que crie corredores verdes ligando diferentes zonas” e uma “rede multimodal eficiente de transportes”, vincando que a “cidade ainda depende fortemente do automóvel particular”.
Em conclusão o eleito do PSD frisa que é necessária uma política que “revitalize o centro histórico”, uma “rede de espaços verdes que melhorem a qualidade de vida” e um “sistema de mobilidade à altura das necessidades de uma cidade moderna”.
Para além dos espaços verdes, a CDU, acrescenta a criação de espaços de lazer, de atividade física para os adultos e de jogo e aventura para crianças.
“É preciso um planeamento cuidadoso e a visão de longo prazo. Requalificar, reabilitar e revitalizar são os conceitos e ações que devem estar presentes em qualquer ação ou intervenção no espaço urbano consolidado ou no espaço dito dos centros históricos urbanos”, sublinhou Vítor Reis Silva.
Para o CDS, a cidade viveu de “costas voltadas para o rio e a montanha” e “foi atropelada pela expansão urbana e pelo desenfreado crescimento, que atropelou a preocupação com o desenvolvimento sustentável”.
Nuno Reis sublinha que “há um longo caminho a trilhar”, apontando que é preciso um “aumento dos espaços verdes, o incremento de uma estratégia local para a eficiência energética e o consumo de energias renováveis, desde logo nos edifícios públicos”.
Concluiu que, “por exemplo, na zona do Data Center poderia ter surgido um corredor verde que unisse ao Jardim do Lago ou ao Parque da Goldra e ao invés disso estamos a ver construção atrás de construção”, disse.
Intervenções que contêm “algumas inverdades”, considerou Catarina Mendes (PS).
Concorda que no passado, há 20 anos, o objetivo foi expandir e “houve uma expansão passa sul com o desertificar do Centro histórico”, algo que não se verifica hoje, disse.
“Neste momento existe o contrário, uma valorização do património do centro histórico, existe uma série de medidas e incentivos que o executivo procurou implementar para a reabilitação urbana, traduzindo-a em coisas que são visíveis tanto de investimento público como privado”, disse.
Realçou medidas como “as energias renováveis nos edifícios públicos e no património municipal”.
Já sobre a mobilidade, realça que houve “38% de aumento do uso dos transportes públicos com o plano que está em andamento e que será cada vez mais consolidado com a mobilidade suave”.
A eleita pelo Grupo Municipal do PS sublinha ainda “o Jardim das Artes, obra deste executivo”, como “o grande espaço verde dentre da cidade”.
“Passamos dos jardins de pedra para alguns espaços verdes”, comparou.
Catarina Mendes disse ainda ser importante que o executivo divulgue a quantidade de licenciamentos que tiveram benefícios para reabilitar na área do centro histórico e quantas reabilitações aconteceram no local, para um poder realizar um debate mais factual.