“Lembras-te da Guerra Colonial?” estreia dia 31 “para relembrar” e “ensinar os mais novos”

No âmbito do Em Trânsito – artes performativas para novos públicos 2024, a Quarta Parede estreia no dia 31 de outubro, às 21:30, no Teatro das Beiras, o espetáculo “Lembras-te da Guerra Colonial?”, do Laboratório de Artes Performativas Sénior.

“Lembras-te da Guerra Colonial” é um espetáculo de teatro comunitário que parte de histórias de vida e de matérias documentais de 12 pessoas participantes, cocriadoras e intérpretes nesta peça.


Neste espetáculo, “o grupo recorre ao poder simbólico do teatro para convocar uma zona sensível da história de Portugal, Angola, Guiné e Moçambique, na voz de quem a vivenciou e, a partir daí, refletir sobre sequelas individuais e coletivas e as suas ligações com a atualidade”, avança a Quarta Parede, em nota de imprensa.

Ilda Ribeiro e Fernando Paiva, dois dos participantes de “Lembras-te da Guerra Colonial?” estiveram nas Manhãs da RCC e confidenciaram que este espetáculo é “bom” para relembrar o que se passou e para os mais novos entenderem este período “muito mau” da história.

“Eu acho que é muito importante, os mais novos não se lembram de nada da Guerra Colonial e agora, se forem ver o espetáculo, eles vão pensar «mas o que é a Guerra Colonial? Eu nunca a vivi» e depois os pais ou as famílias também vão falar com eles e vão percebendo o que é que se passou. Foi um tempo muito mau e foi difícil interpretar o papel que estou a fazer, mexe comigo e mexe com todos nós. É retratar a vida da nossa família e acho que é bom lembrar”, afirma Ilda Ribeiro.

Os participantes do espetáculo organizado pelo Laboratório de Artes Performativas Sénior destacam ainda a importância da peça “Lembras-te da Guerra Colonial?” ser apresentada no ano em que se celebram 50 anos do 25 de Abril de 1974.

“A peça é apresentada no ano em que se comemoram os 50 anos de Abril e é importante para ver que esta data foi útil, não só para melhorar a vida das pessoas no geral, mas também teve um papel importante para terminar com os 13 anos de guerra. E depois estamos num tempo também de guerra. Isto obriga a refletir sobre a guerra, sobre a humanidade, o que é conduz às guerras, qual é o interesse da guerra”, diz Fernando Paiva.

Sílvia Pinto Ferreira, uma das diretoras artísticas da Quarta Parede, desvenda que este é um espetáculo que pode trazer algumas surpresas ao público e fazer refletir sobre o presente.

“É um espetáculo que pode trazer algumas surpresas ao público porque vai ter um caráter entre o documental e o ficcional, mas sobretudo fazer-nos pensar sobre como as guerras afetam inocentes. As vítimas da guerra nunca escolheram estar lá e, acima de tudo, como é que factos que aconteceram no passado nos podem fazer pensar sobre o presente”, explica Sílvia Pinto Ferreira.

O Laboratório de Artes Performativas Sénior é um projeto de experimentação, pesquisa e criação artística para adultos, a partir dos 60 anos, com recurso a metodologias artísticas participativas. O Laboratório é desenvolvido pela Quarta Parede, desde 2018, e conta com a direção artística de Sílvia Pinto Ferreira. Este grupo já conta com cinco espetáculos de criação coletiva no seu historial.

O Em Trânsito – artes performativas para novos públicos continua até 21 de novembro, com uma programação de espetáculos, espetáculos-oficina e sessões de contos de acesso gratuito para grupos escolares e público em geral.

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