Teatro das Beiras estreia “A Festa” de Spiro Scimone

“A Festa”, de Spiro Scimone, com encenação de Maria João Luís, estreia a 23 de outubro, pelas 21:30, no Auditório do Teatro das Beiras.

A peça “explora temas profundos e complexos da vida familiar e social, através de uma narrativa aparentemente simples. A história desenrola-se numa casa modesta onde se nota uma desavença entre pai, mãe e filho adulto durante a celebração dos anos de casados”, avança o Teatro das Beiras, em nota de imprensa.


Maria João Luís acredita que esta é uma peça com a qual o público se pode identificar, uma vez que as desavenças familiares são um “problema de há muito” e um tema “intemporal”.

“Este texto é, no fundo, uma família a desconversar. Eles estão sempre a desconversar, eles não comunicam naturalmente e normalmente, eles desconversam todo o tempo. E isto acontece muito nas famílias, muitas vezes as famílias têm este tipo de situações. No fundo fala-nos de pessoas que não se ouvem, que falam cada um para o seu lado e não se ouvem realmente. E isso acontece muito na vida”. “É um problema de há muito, mas isto pode ser nos nossos dias, isto é intemporal”, confessa a encenadora.

Para além da demonstração das “dinâmicas familiares” e da “complexidade e fragilidade das relações humanas”, a peça destaca o papel da mulher no seio de uma família.

“A mulher aqui é a única esperança. Ela ainda tem esperança, ela ainda espera fazer a festa. Eles celebram, neste dia, os 30 anos de casados. Portanto, ela ainda tem esperança de poder fazer uma festa em casa com o filho e com o pai. Não pode, o filho e o pai quase se batem, odeiam-se, não se suportam um ao outro”, explica Maria João Luís.

“A Festa” apresenta uma “crítica subtil, mas incisiva, das dinâmicas familiares, destacando a hipocrisia, os segredos e as frustrações que muitas vezes são mascarados por um verniz de felicidade e normalidade”, levando o público “a refletir sobre a natureza das relações interpessoais e os verdadeiros significados de conceitos como família, amor e celebração”.

A encenação é de Maria João Luís e tem interpretação de Miguel Brás, Miguel Henriques e Susana Gouveia.