A Câmara Municipal da Covilhã organiza em 2025 o Concurso Internacional de Música Júlio Cardona, 10 anos depois da sua última edição, na altura dedicado aos instrumentos de arco.
Neste regresso o concurso tem novo figurino, foi sublinhado durante a apresentação que decorreu ontem no Salão Nobre dos Paços do Concelho.
O concurso será aberto às categorias de violino, piano e flauta, apontou Bruno Borralhinho, violoncelista e Maestro que tem a seu cargo a direção artística do concurso, vincando que este continuará a ter como patrono Júlio Cardona.
“O que se pretende é sobretudo criar um concurso novo, mas que venha dar seguimento à tradição que a Covilhã tem em organizar concursos de música de qualidade e prestígio”, referindo o Concurso de Instrumentos de Arco Júlio Cardona, que aconteceu mais recentemente, mas também o concurso internacional de Piano da Covilhã que aconteceu entre os anos 1970 e 90. “A ideia é continua e renovar”, disse.
Bruno Borralhinho disse ainda que a escolha dos instrumentos a concurso não foi “aleatória”.
O violino dá seguimento ao Concurso de Arcos Júlio Cardona, por ser um instrumento de arco, o piano remete para o concurso de piano e a inovação surge com a flauta.
Regina Gouveia, Vereadora com o Pelouro da Cultura, salienta que se trata de uma iniciativa para “honrar e homenagear a Covilhã pelo seu talento”.
Para a CMC, disse a vereadora, recuperar este concurso, “é um caminho muito seguro” por contar com a direção de um músico da craveira, e com o conhecimento, de Bruno Borralhinho.
O concurso tem como objetivo “reavivar a expandir a memoria do seu patrono”, mas também “promover e valorizar o talento de jovens músicos”, disse.
“Júlio Cardona está associado à valorização e promoção do talento de jovens músicos, que é um objetivo fundamental deste concurso internacional. Queremos reavivar e expandir a sua memória e o seu legado e ao mesmo tempo, sob o seu nome, promover e valorizar o talento de jovens músicos”, salientou.
Recorde-se que o covilhanense Júlio Cardona foi um dos mais destacados violinistas do século XX, foi solista e pedagogo, tendo também criado e dirigido orquestras.
O concurso é aberto a músicos de todas as nacionalidades, entre os 18 e os 30 anos.
A fase final irá decorrer entre 25 e 28 de junho, no Teatro Municipal da Covilhã, na presença de um júri internacional, presidido por Bruno Borralhinho.
Em março, em vídeo, será feita uma pré-seleção, de que resultarão oito finalistas de cada instrumento que se apresentarão na Covilhã.
Os vencedores de cada categoria, para além de prémios monetários, terão oportunidade de se apresentar como solistas em orquestras profissionais nacionais em 2026.
Em cada uma das categorias haverá uma peça obrigatória de compositores contemporâneos, “uma forma de valorizar o seu trabalho”, disse Bruno Borralhinho
Para além do concurso estão a ser preparadas atividades paralelas para homenagear o próprio Júlio Cardona, mas também o maestro Campos Costa que no passado foi o grande impulsionador do Concurso Internacional de Instrumentos de Arco e do concurso internacional de Piano da Covilhã.
Pretende-se com esta edição de 2025 “criar um evento com qualidade e com rigor, que traga músicos à Covilhã de grande qualidade” sublinhou Bruno Borralhinho, concluindo que estão “reunidas todas as condições para que isso aconteça”.
O músico e maestro frisa que no futuro pode haver alterações ao modelo desta primeira edição, incluindo masterclasses, mas, nesta edição, dado o orçamento modesto, 20 mil euros, é preferível enveredar por um caminho mais seguro, concluiu.