Manteigas: Voto de qualidade “salva” orçamento para 2025

Foi o voto de qualidade do presidente da Câmara Municipal de Manteigas que impediu o chumbo do orçamento para 2025. A análise e discussão teve lugar ontem, dia 28 de novembro, durante a reunião extraordinária da Câmara Municipal.

A decisão contou com dois votos a favor, dois votos contra e uma abstenção.


Nuno Soares (PSD) votou contra o orçamento para 2025, justificando que “este orçamento não traz muita novidade”, uma vez que desenvolve aquilo que vem do orçamento anterior e não foi concretizado.

“Quando um aluno não consegue atingir os objetivos mínimos num ano escolar, deve repetir o ano para conseguir alcançar à segunda tentativa. O mesmo se passa consigo. Uma vez que foi tão entusiasta na apresentação do orçamento de 2024, que considerou ser o maior e mais ambicioso orçamento de sempre, mas que no final de contas muito pouco concretizou, devemos dar-lhe mais um ano para o concretizar, chumbando o novo orçamento e mantendo em vigor aquele orçamento de 2024 que tanto gostou e defendeu. O nosso voto ao orçamento e grandes opções do plano pode, unicamente, ser contra”, afirmou.

Tomé Branco (PS) também votou contra, afirmando que não consegue acreditar na palavra do presidente, que “garante que está tudo em andamento”, mas que “os assuntos não passam do mesmo sítio”. Acredita, ainda, que se os vereadores não se sentem ouvidos, “há também uma fatia de manteiguenses que também não consegue ter voz”.

“O projeto que sufragou nas urnas não é coincidente com a governação do município nos últimos três anos. Chamar o projeto fraude eleitoral parece-me demais, mas uma coisa é certa: se continuarmos assim, tenho a certeza que o movimento «Manteigas 2030» não tem um projeto até 2030, mas sim um projeto para 20 ou 30 anos”, declarou.

Ângela Muxana (PS) absteve-se, mas não deixou de reafirmar que continua a não acreditar na concretização do orçamento para 2025, tal como aconteceu com o anterior.

“Desde que eu tomei posse foram apresentados três orçamentos e dois deles completamente inconcretizáveis. O senhor presidente não se pode queixar que alguma vez lhe tenhamos cortado as pernas, porque fomo-nos abstendo, sempre lhe fomos dando um voto de confiança, podia fazer o que quisesse e da forma que quisesse. E mesmo assim pouco foi executado. Este orçamento não é muito diferente do de 2024 e, a meu ver, também não vai ser executado”, disse.

Flávio Massano agradeceu os votos contra de Tomé Branco e de Nuno Soares e o “voto de confiança” de Ângela Muxana, garantindo que, para já, o orçamento se mantém “vivo” até à Assembleia Municipal.

O orçamento, aprovado por voto de qualidade do presidente, tem o valor global de cerca de 20 milhões de euros.