O Sporting Clube da Covilhã apresentou, ontem à noite, um conjunto de medidas financeiras, sem recurso a instituições financeiras e investidores privados, para o futuro do clube. Os sócios acreditam que as propostas apresentadas são “uma mão cheia de nada”.
Marco Pêba, presidente da direção do Sporting da Covilhã, mencionou que os objetivos das três medidas propostas visam a “diminuição da dívida para libertar tesouraria”: liquidar a dívida AT (144 mil euros), liquidar o empréstimo do BCP (137 mil euros) e liquidar o empréstimo ao Crédito Agrícola (53 mil euros).
A primeira medida financeira, proposta na Assembleia Geral Extraordinária do SCC, tem a ver com a atualização dos valores das quotas pagas pelos sócios para 2025.
“Nós, neste momento, temos 2929 sócios ativos. Os sócios dão uma receita anual de 94 mil euros. Com o repricing, vamos aumentar as quotas de sócio de 0.50 cêntimos para 2 euros para estudantes e menores, quota de 1.25 para 3.50, quota de 2.50 para 4.50, quota de 5 para 7.50 e a quota anual de 15 passa para 25. Temos um valor previsto de 165 mil euros que vai resultar numa diferença de mais 71 mil euros”, afirmou.
Marco Pêba sugeriu, ainda, recorrer ao crowdfunding (angariação de fundos), de modo a tentar arrecadar 350 mil euros para pagar as dívidas do clube.
“O crowdfunding é uma excelente forma de mobilizar a comunidade em torno de um objetivo comum. Quem pode contribuir? Os sócios, parceiros, patrocinadores, entidades, covilhanenses e simpatizantes. Quanto se pretende angariar? 350 mil euros. E para quê? Para pagar dívida. Como pode ser feito o donativo? Diretamente na secretaria do clube, por meio de transferência bancária para uma conta aberta para este efeito. Quando? Durante o primeiro trimestre de 2025”, explicou o presidente da direção do SCC.
A terceira e última medida proposta está relacionada com a construção da Academia do Sporting Clube da Covilhã/alienação dos silos auto.
“Temos de rever o projeto da Academia para adequar, ao valor disponível com a venda dos silos, a qualidade e a funcionalidade. Quanto à gestão financeira, devemos implementar um plano rigoroso para monitorizar as despesas e poupanças decorrentes da nova Academia, maximizar a utilização da Academia e considerar a abertura da Academia para eventos e outras atividades que possam gerar receita adicional, seja aluguer de espaços, clínicas, ginásio, entre outros”, sugeriu.
Os associados presentes na Assembleia Geral Extraordinária do Sporting Clube da Covilhã, não acreditam que as propostas apresentadas por Marco Pêba resolvam os problemas do clube.
Durante o período de debate, os sócios mostram-se preocupados com o futuro do Sporting da Covilhã e surpreendidos com um “plano que não é nada”, que “não faz sentido nenhum”, que é “uma mão cheia de nada” e que apenas pretende “vender ilusões”. Afirmaram, ainda, que “o plano devia ser revisto”, uma vez que revela “falta de preparação e conhecimento”.
Nuno Catarino, membro da direção do clube, afirmou que “é um plano ambicioso”, que “vai ser difícil”, mas que vai ser possível com a ajuda e união de todos.
Ainda no decorrer da reunião, Francisco Moreira, presidente da Assembleia Geral, informou que o clube vai contactar a CMC de modo a pedir autorização para realizar as assembleias aos sábados à tarde, por volta das 14:30, no Auditório Municipal, de modo a que as assembleias tenham “a presença do maior número de associados possível”. Além disso, as assembleias vão passar a ter um período antes da ordem do dia, com duração de 30 minutos, “para que todos os associados se possam exprimir”.