AM Covilhã unida na criação da freguesia da Covilhã e restituição da autonomia ao Canhoso

A Assembleia Municipal da Covilhã aprovou, por unanimidade, a criação da Freguesia da Covilhã e a restituição da autonomia à Freguesia do Canhoso, como resultado da desagregação da União criada em 2013.

Um processo que não seguiu a via simplificada, como as restantes uniões de freguesia do concelho, cuja aprovação final deve acontecer a 17 de janeiro, uma vez que não prevê a restituição das cinco freguesias agregadas: Conceição, Santa Maria, São Martinho, São Pedro e Canhoso, recordou durante a sessão Carlos Martins, presidente da UF Covilhã e Canhoso, realçando que o processo acabou por “não ser tão fácil”.


Carlos Martins sublinha que a criação destas duas freguesias “é a vontade expressa dos eleitores e dos eleitos da União de Freguesias”.

Vítor Tomás Ferreira, que presidiu à freguesia de São Martinho e que agora é eleito na AM pela coligação “A Covilhã tem Força”, sublinha que esta desagregação só peca por tardia.

“Finalmente, vai ser corrigido este erro, e o Movimento Covilhã tem Força vota favoravelmente a desagregação da União das Freguesias da Covilhã e Canhoso”, disse, vincando que “há três anos que estamos nisto. Quem vai assumir responsabilidade política perante o povo do Canhoso se este processo não estiver concluído antes das próximas eleições? Deixo aqui um lamento. Este processo não mereceu, desde dezembro de 2021, a devida prioridade aos responsáveis políticos locais”, lamentou.

O PCP realçou que o tempo deu razão quando defendeu que a agregação não se justificava, disse Vítor Reis Silva, deixando no ar, que mesmo as freguesias que não seguiram o caminho simplificado, podem optar por esta via, a da criação de freguesias.

“Esperar e deixar no ar que outras freguesias possam ser constituídas com base na lei. O caso das desagregações em termos excecionais já passou e o tempo futuro será o tempo de criação de freguesias e não há outra possibilidade”, disse.

O CDS mostrou também concordância com a criação das freguesias, destacando o papel ativo dos eleitos pelo partido neste processo, apontou João Lopes Bernardo.

João Flores Casteleiro (PS) alertou para a dificuldade da criação da freguesia do Canhoso, uma vez que esta não cumpre um dos critérios e a comissão parlamentar chumbou 65 desagregações por incumprimento de critérios relembrou, vincando, que o PS “está junto da população nesta luta”.

“A Freguesia do Canhoso terá que ter 30% do valor do FFF (Fundo de Financiamento de Freguesias). Infelizmente, se esta alínea tiver de ser cumprida à risca, será muito complicado que a Assembleia da República, que acaba de chumbar 65 pedidos de desagregação por incumprimento de critérios, dê luz verde à criação da freguesia”, disse.

Avança que “seja qual for a via, estaremos juntos na luta pela criação da freguesia da Covilhã e do Canhoso e propomos, inclusive, que na próxima Assembleia Municipal de fevereiro aprovemos uma moção dirigida à Assembleia da República, tendo em vista exatamente a eliminação dessa alínea da lei, relativamente ao comprimento da percentagem do FFF, que será fundamental para que as duas freguesias possam ser criadas”, vincou.

Rui Amaro, presidente da União de Freguesias do Peso e Vales do Rio e representante da ANAFRE, mostrou disponibilidade do organismo para apoiar no processo.

Também Vítor Pereira, presidente da Câmara Municipal da Covilhã, sublinhou o apoio para que se cumpra a vontade das populações e dos seus representantes legítimos.

O processo será agora enviado para a Assembleia da República, onde será analisado e votado.