A Assembleia Municipal do Fundão aprovou na última sexta-feira, dia 20, o Orçamento Municipal para 2025, com 24 votos a favor, 2 contra e 8 abstenções.
Recordar que o documento apresenta um valor global de 69.5 milhões de euros, com a maior fatia de investimento a ser direcionada para a habitação.
Na Assembleia Municipal a CDU criticou, não o facto de se investir nesta área, mas o facto de “sobrar muito pouco para tudo o resto”. Catarina Gavinhos afirmou que não há estratégia municipal para fazer face às carências do concelho. A CDU absteve-se na votação.
“Não criticamos o investimento em habitação nem que se aproveite as verbas do PRR disponíveis, muito pelo contrário, a grande questão é que para o resto sobra muito pouco. Pior, não se vislumbra uma qualquer estratégia coerente para dar resposta aos problemas de que o concelho padece. A estratégia parece ser «onde é que há dinheiro», quando o que se devia fazer era perguntar «o que é que é necessário fazer», disse.
O PS, à semelhança do que já tinha acontecido no executivo também optou pela abstenção. Luís Batista, disse na sua intervenção, que os documentos refletem “a continuidade” das decisões já tomadas em 2018 na Estratégia Local de Habitação. pelo próprio PRR e pela transferência de competências.
“A continuidade em termos daquilo que são as opções tidas anteriormente no que é relevante para as pessoas e também de previsibilidade de início de execução de investimentos financiados e definidos anteriormente pelas Estratégia de Habitação, definidas em 2018, pelo próprio PRR e também pela transferência de competências, nomeadamente pela Parque Escolar, que são o grosso de investimento deste Orçamento e que levanta riscos de execução em 2025, bem como vai condicionar o Orçamento de 2026 e 1027, em função da sua execução ou não”, disse
Já o Bloco de Esquerda votou contra o orçamento, frisando que os investimentos previstos são insuficientes para resolver os problemas do concelho, nomeadamente na habitação, disse Pedro Mesquita.
“O Fundão, como já foi referido aqui, é Município ODS, assumindo o compromisso de contribuir para os objetivos de desenvolvimento sustentável. Contudo, o Orçamento que aqui discutimos revela insuficiências em áreas fundamentais para concretizar esse mesmo compromisso”, disse, concluindo que “na habitação, embora o PRR contemple projetos significativos, o investimento municipal proposto fora deste enquadramento é manifestamente insuficiente”. “Resolver a crise da habitação exige, portanto, uma estratégia ampla e consistente que vá além do financiamento externo e garanta habitação acessível para as famílias. Esta é uma lacuna preocupante”, concluiu.
O Grupo Municipal do PSD votou favoravelmente os documentos.
A Câmara Municipal do Fundão tem em carteira um investimento na área de habitação de cerca de 66 milhões de euros. No caso do orçamento para 2025, mais de metade do investimento previsto será nesta área, Paulo Fernandes, presidente da CMF, considera que se trata de um valor “brutal”.
“33 milhões de euros de investimento num ano é um valor brutal. Nunca na história do concelho do Fundão se conseguiu executar 33 milhões de euros num ano. Recordo 33 milhões de euros de investimento eram, há muito pouco tempo, o valor do orçamento total”, disse na reunião de Câmara em que o orçamento foi aprovado.