Covilhã homenageia António Alçada Batista

No próximo dia 7 de dezembro, a Biblioteca Municipal da Covilhã presta homenagem ao editor e escritor António Alçada Batista.

O momento evocativo, que decorre pelas 15:00, contará com testemunhos de personalidades que privaram com o escritor covilhanense como Ana Alçada Baptista, Guilherme d’Oliveira Martins, Maria Fernanda de Abreu (docente na Universidade Nova de Lisboa), Paula Custódio Reis (ex. deputada AR), Lopes Marcelo (ex-IDADAP que conheceu António Alçada Baptista e que ajudou na publicação do seu livro BEIRA BAIXA) e outros leitores como Jorge Pedro Ferreira, Vanessa Martins, Graça Rojão e Miquelina Fernandes.


“A ‘Moraes’ de António Alçada Batista” é a designação deste evento, no qual se pretende também relembrar a Moraes Editores, existente entre os anos 50 e 70 do século XX, que mudou radicalmente o panorama editorial em Portugal e cujo principal responsável foi, inegavelmente, António Alçada Batista, sublinha a Câmara Municipal da Covilhã em nota de imprensa.

António Alçada Batista nasceu na Covilhã em 1927, concluiu o curso de Direito em 1950, exercendo advocacia durante um período de 5 anos. Em 1957 compra a Livraria Morais que dirige de 1957 a 1972 e funda a Moraes Editores, onde são publicados livros progressistas, mal-aceites pelo regime em vigor e muitas vezes proibidos pela PIDE.

Entre 1971 e 1974 foi assessor, para a Cultura, do então Ministro da Educação Nacional, Veiga Simão. É também neste ano que publica o seu primeiro livro, “Peregrinação Interior – Reflexões sobre Deus”.

Em 1973 publica as obras “O Tempo das Palavras” e “Conversas com Marcello Caetano”.

No ano 1978 colabora na Secretaria de Estado da Cultura, onde preside aos trabalhos da criação do Instituto Português do Livro, de que foi Presidente até 1986 e no âmbito do qual estimula a criação e o desenvolvimento do que hoje é a Rede Nacional de Bibliotecas Públicas.

A convite de Mário Soares preside durante 10 anos à Comissão Organizadora das Comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, entre as quais o 10 de junho de 1988 na Covilhã, sua terra natal.

Entretanto vai publicando outras obras, estreando-se como romancista, em 1985, com o livro “Os Nós e os Laços”.

Em 1999 é homenageado pela Câmara Municipal da Covilhã, com a atribuição da Medalha de Mérito Municipal.

Após uma vida indissociavelmente ligada aos livros, em 2003 publica a sua última obra “A Cor dos Dias”.

Contador de histórias, prosador, romancista e escritor de afetos, faleceu em Lisboa, a 7 de dezembro de 2008.

Em 2011 é criado o Fundo António Alçada Baptista na Biblioteca Municipal da Covilhã resultante da doação da biblioteca particular do autor de cerca de 4 mil livros.