“Devemos estar gratos”. 2024 foi dos anos com menor número de incêndios no concelho da Covilhã

2024 foi dos anos com menor número de incêndios e menos área ardida no concelho da Covilhã e, por isso, devemos estar gratos aos agentes de proteção civil, sublinhou Pedro Bernardo (PS) na Assembleia Municipal da Covilhã.

Segundo revelou o eleito, durante o debate entre Grupos Municipais sobre “Prevenção de Incêndios e Proteção Civil”, tema proposto pelo PS, em 2024 registaram-se na Covilhã 36 incêndios e um total de área ardida de 19,7 hectares, detalhando que o maior incêndio aconteceu no Teixoso, com uma área ardida de cerca de 9 hectares.


Sublinha também que, “para além destes números globais, verificou-se que a grande maioria dos incêndios deflagrados tiveram tempo de intervenção inferior a 2 horas o que denota um sistema de proteção civil na Covilhã robusto e capacitado para dar resposta rápida, sendo fator essencial para que pequenos incêndios não tomem grandes proporções”.

Números que “devem, em primeira instância, ser olhados com um profundo sentido de gratidão e competência de todos e todas as mulheres e homens agentes de proteção civil da Covilhã, na pessoa do seu coordenador e comandante dos Bombeiros Voluntários da Covilhã, Luís Marques”.

Segundo o eleito, são, também, o resultado do trabalho desenvolvido pela Proteção Civil da Covilhã e Município, na limpeza de faixas de gestão na rede viária, na implementação do projeto aldeias seguras e na implementação de bocas de incêndio de grande capacidade e reservatórios, entre outros.

“Um trabalho desenvolvido que certamente é necessário reforçar no próximo ano”, disse.

Aponta que é necessário continuar o bom trabalho no que respeita à limpeza de faixas de gestão de combustível e manter e reforçar uma cultura de autoproteção, sensibilização e formação de todos os covilhanenses, frisando que este trabalho “será sempre inacabado”.

Neste debate entre Grupos Municipais na Assembleia Municipal da Covilhã, o PCP deixou sugestões para melhorar nesta área, entre elas dinamizar o Conselho Municipal de Segurança.

“Dinamizar o Conselho Municipal de Segurança, reforçar os apoios aos Bombeiros Voluntários e às equipas de intervenção permanente, incentivar e apoiar o voluntariado dos bombeiros, apoiar as associações de produtores florestais, conselhos diretivos de baldios e juntas de freguesia na criação e pagamento de brigadas de sapadores florestais, além de promover o apoio à limpeza de florestas, taludes, bermas de estradas e a incrementação da fiscalização na nesta matéria”, detalhou Pedro Manquinho, sublinhando, ainda, que se deve “incentivar a colaboração com os bombeiros na formação de civis no domínio da prevenção e combate rápido de incêndios”.

Pedro Manquinho recordou ainda “coisas que já foram prometidas, por exemplo, no Casal da Serra (Tortosendo), que ainda está à espera de um aceiro por cima. Se calhar será prometido outra vez quando aquilo arder novamente e o Casal da Serra estiver em perigo novamente”, lamentou.

O CDS frisa que “há pequenas coisas” que são feitas, mas questiona onde está a revisão do Plano Municipal de Emergência e Proteção Civil e o relatório da comissão de acompanhamento aos incêndios de 2022, criada na AM.

“As pequenas medidas vão sendo feitas, têm que ser feitas e acho muito bem que sejam feitas, mas continuamos sem saber onde é que está a revisão do Plano Municipal de Emergência e Proteção Civil, que era suposto ser feito este ano é e sobretudo em função das debilidades e das falhas que foram detetadas nos grandes incêndios da Serra da Estrela, há 2 anos atrás, e que até hoje não há sequer nenhum tema sobre o assunto”, disse.

O PSD também aplaudiu o que é feito, mas, disse Lino Torgal, há muitos aspetos em que se está “aquém do que deve ser feito”.

“Relativamente a este ponto também nos parece muito bem tudo aquilo que é feito, e que é positivo, mas continuamos com a sensação de que há algumas coisas que ficam aquém. Por uma consulta na página da Câmara Municipal vemos que a última notícia sobre a Comissão de Proteção Civil é 2019”.

Realça que “um pouco todo o território aproveita-se universidades, aproveita-se o know-how para monitorização, para as novas tecnologias que são aplicadas ao combate ou à deteção e incêndio. Gostaria de saber se aqui na Covilhã existe algum projeto destes, de colaboração com a UBI”, questionou, sublinhando o curso de aeronáutica que existe na academia.

Rui Amaro, presidente da União de Freguesias do Peso e Vales do Rio e coordenador distrital da ANAFRE disse que este organismo, em colaboração com a Câmara Municipal da Covilhã, que cedeu um técnico para o efeito, está a criar Unidades Locais de Proteção Civil nas freguesias.

Realçou também que os KITS que foram distribuídos pelas freguesias, em 2008 ou 2009, já estão “obsoletos e precisam de manutenção”.

A encerrar o debate, Vítor Pereira, presidente da Câmara Municipal da Covilhã, frisou que o trabalho desenvolvido pelo seu executivo nesta matéria é inequívoco e só por “má vontade” se “pode desmentir”.

“O nosso gabinete de Proteção Civil trabalha todos os dias nesta matéria, trabalha todos os dias neste domínio. Estão a atualizar permanentemente esse trabalho. Agora, desmentir aquilo que estamos a fazer nas faixas de gestão de combustível, na rede viária florestal, nas aldeias seguras, nas bocas de incêndio de grande capacidade, nos reservatórios, enfim, só por má vontade, só por desonestidade intelectual é que alguém pode achar que não estamos a fazer esse trabalho. Não estamos a fazer todo? não. Estamos a fazer aquilo que podemos e vamos trabalhar e continuar nessa senda”, garantiu.

A Assembleia Municipal da Covilhã reuniu na última quinta-feira, dia 18, no Auditório Municipal.