Sob o tema “Educação, Cidadania e Democracia”, o I Encontro “Covilhã Educadora” arrancou hoje, dia 13 de dezembro, com a educação e a democracia “de braço dado”, disse Vítor Pereira na sessão protocolar de abertura.
O presidente da Câmara Municipal da Covilhã assegurou que este encontro visa “analisar, pensar e refletir os melhores caminhos e estratégias a seguir” de modo a consolidar uma “educação para todas e para todos”. Vítor Pereira destacou, ainda, que a aposta da autarquia na educação é “clara”.
“Bem sabemos que a educação é o pilar de qualquer sociedade saudável e democrática, que é pela educação que se ascende socialmente e é por isso que, desde que tomámos posse, estamos a investir na melhoria do nosso parque escolar. Até agora o nosso investimento nessa melhoria já ultrapassa os sete milhões de euros e vamos continuar”, assegurou.
Vítor Pereira acrescentou que a educação “é muito mais do que paredes, equipamento ou mobiliário” e que é por isso que a CMC tem procurado ajudar as famílias ao nível do apoio escolar, das refeições e dos transportes. O autarca explicou que os passes gratuitos para todos os alunos do concelho, até ao 12º ano, “implicam um esforço financeiro considerável”, mas que o encara como um contributo para “democratizar o acesso à educação”.
O presidente da Câmara mencionou, ainda, que o I Encontro “Covilhã Educadora” é uma homenagem a todos os que “transformam e levam a transformar a realidade, edificando um mundo melhor”.
Domingos Fernandes, presidente do Conselho Nacional de Educação, usou da palavra para destacar a necessidade de manter o foco na qualidade da educação.
“Quando eu digo que estamos num momento, de há uns anos para cá, em que temos de virar a página, o que eu quero dizer com isto é que nós temos de nos concentrar e de nos centrar na qualidade das aprendizagens dos alunos. Não há hipótese nenhuma do nosso país poder progredir se as nossas instituições não tiverem padrões da mais elevada qualidade”, garantiu.
O presidente do Conselho Nacional de Educação defendeu que “todas as infraestruturas devem ser postas ao serviço da educação e da formação dos alunos” e que as autarquias têm um papel “muito relevante” nesse sentido. Domingos Fernandes apelou, ainda, para que se fizesse um “esforço muito grande” para que deixe de existir “a escola boa e a escola má”.
Cristina Oliveira, delegada regional de educação da Região Centro, mencionou no seu discurso a importância de “construir e requalificar escolas”, mas, acima de tudo, “a importância de cuidar daquilo que se passa dentro dessas escolas”. A delegada deu ênfase ao trabalho de quem ensina e cuida.
“O caminho que fizemos hoje deve-se aos profissionais das escolas que, ao longo de todos estes anos, souberam dedicar-se e souberam trabalhar para que o país fosse como é hoje. Não há mais nenhuma outra profissão por quem tenha passado toda a população. Todos os cidadãos passaram pelas mãos dos professores”, afirmou.
Num mundo onde a inteligência artificial é cada vez mais presente e abordada, Cristina Oliveira colocou a inteligência emocional como o “topo das preocupações”, uma vez que “a aposta nos valores humanos é essencial para que a educação possa ser a grande obreira daquilo que é a construção da nossa democracia”.
João Costa, responsável da Agência Europeia para o Ensino Especial e Educação Inclusiva, deu o pontapé de partida com a conferência inaugural do encontro, na qual destacou a velocidade das mudanças ao nível da tecnologia.
“A educação sempre foi desafiante, mas o que é mais desafiante neste momento é nós estarmos com funções em sistemas educativos num mundo que está numa mudança aceleradíssima. A mudança é normal, o mundo sempre mudou, o que é estranho é a velocidade da mudança”, disse.
O responsável da Agência Europeia para o Ensino Especial e Educação Inclusiva explicou que esta velocidade “é muito inquietante”, uma vez que “os sistemas educativos são sempre mais lentos do que a mudança”. João Costa mencionou, em jeito de explicação, que a educação “não quer mudar rapidamente” porque precisa de “reflexão, avaliação e experimentação”.
Recordar que o I Encontro Covilhã Educadora decorre até amanhã, dia 14 de dezembro, e divide-se entre a Biblioteca Municipal e o Teatro Municipal da Covilhã.
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