“Riscos, Segurança e Resiliência: Reflexões sobre Proteção Civil”: “um livro que todos devem ler”

“Riscos, Segurança e Resiliência: Reflexões sobre Proteção Civil” é o primeiro livro de André Morais, autor com formação académica e profissional na área de Proteção Civil e Segurança.

Um livro escrito com o propósito de “por todos e cada um a falar, no dia-a-dia, sobre o tema”, disse, em declarações à Rádio Clube da Covilhã.


“O objetivo é falar sobre um tema que é falado nas nossas televisões e na nossa mesa comum quando há catástrofes, quando há acidentes graves, mas no dia-a-dia normal não se fala de proteção civil”, diz. Sublinha que “este livro tem a capacidade de chegar tanto ao técnico como ao cidadão comum”, tendo “uma abrangência muito grande, abordando vários temas. São 318 páginas com vários temas”, detalha.

Aponta que o livro “serve aos técnicos para criar um novo pensamento e serve também ao cidadão comum para criar uma nova resiliência comunitária, que é aquilo que nós queremos” diz.

“A falta de literacia que existe na área da proteção civil” e a falta de publicações na área, são outras razões que o lançaram para este desafio.

Numa altura em que se está cada vez mais vulnerável a catástrofes naturais, alterações climáticas e emergências imprevistas, “o livro oferece uma análise profunda e prática sobre a importância da preparação e da resposta eficiente aos riscos”, lê-se na sinopse da obra. André Morais complementa e diz que “há preparação para responder a emergência”, mas falta “planeamento e capacidade para antecipar as situações”.

“Somos muito reativos, tanto aqueles que deviam ter obrigações legais, que são os políticos e que não têm um caderno político que vá de encontro àquilo que é a proteção civil preventiva. Os agentes de proteção civil, estão muito preparados para responder e muito pouco preparados para planear e mitigar. E como é óbvio, o cidadão é o resumo disto tudo. Estamos muito à espera que aconteça para fazer algo.

E proteção civil não é incêndios, proteção civil não é resposta, proteção civil é um patamar acima: planeamento, prevenção, precaução. Nós não trabalhamos isso ou trabalhamos muito pouco”, vinca.

“O importante é que quando acontecer, que toda a gente lá esteja, mas vai-nos faltar uma coisa que é o planeamento, quando começarem pessoas a ser despedidas por falta de planeamento, falta de capacidade de antecipar muita das situações, vamos perceber que o caminho é outro”, alerta.

Um livro que deve ser lido por todos, desde os alunos do ensino secundário até aos decisores políticos, passando pelos técnicos e agentes de proteção civil, aponta o autor, defendendo que a cultura de risco “deve estar associada ao nosso crescimento, tanto pessoal como profissional”.

“A cultura de risco é uma coisa que devia estar associada ao nosso crescimento, tanto a nível pessoal como profissional, e a cultura de risco deve-se ensinar nas escolas para, quando chegarmos à idade maior, termos um conhecimento, uma base”, aponta

Defende que as famosas aulas de cidadania deviam ser aproveitadas para este fim e “ensinar os alunos a ter uma cultura de risco, a prepararem-se e a terem capacidade de desenvolver esse pressuposto e nós não aproveitamos essa oportunidade que temos a nível da parte pedagógica, para que se possa criar uma construção positiva daquilo que é a cultura de risco”, defende.

O livro tem reflexões e exemplos reais, cada capítulo aborda um tema que deve ser lido e refletido, levando cada um a elaborar, na sua área, o melhor plano de emergência, até nas nossas casas. É uma obra para gestores, técnicos e cidadãos, sublinha.

À pergunta “quem deve ler este livro”, responde: “Eu diria que o ensino básico, o ensino secundário e o cidadão comum. Todos devíamos ler este livro. É um livro por capítulos, mas pode começar o ler do princípio para o fim ou do fim para o princípio ou do meio para as pontas, porque são vários temas diferentes e que vão tocar desde a família, com o plano de emergência familiar, até à regulamentação que é para os políticos”, diz.

“Hoje temos nesta mesa de apresentação do livro políticos, técnicos, decisores, caso do Vice-presidente da Câmara Municipal da Covilhã, José Armando Serra dos Reis, o Comandante Regional da Proteção Civil, que é um gestor de emergência, temos Luís Carvalho, que é coordenador e comandante municipal da Amadora, uma pessoa do planeamento de proteção civil no patamar municipal e também temos Duarte Caldeira, que é um sonhador de proteção civil. É um homem que está ligado ao Centro de Estudos e de Intervenção da proteção civil e que estuda a proteção civil já há muitos anos e o livro serve para estas falanges todas e para o cidadão comum”, detalhou.

O lançamento do livro teve lugar ontem, dia 30 de novembro, no Salão Nobre da Câmara Municipal da Covilhã.