Casegas/Ourondo: Depois do casamento forçado prevê-se separação “difícil”

Casegas/Ourondo foi a União de Freguesias mais contestada no concelho da Covilhã. Assim que se falou em “casamentos forçados” e na possibilidade de unir as duas populações, antes mesmo de a lei o obrigar, já a contestação corria na rua.

Depois de consumada a união, em 2013, a luta pela separação ganhou ainda mais força, até com alguns exageros pelo meio, admite César Craveiro, atual presidente da União de Freguesias de Casegas e Ourondo.


“A luta começou logo em 2012, quando tivemos conhecimento das intenções do Governo. Uma luta que, no auge, compreendo que tivesse havido alguns exageros. As duas populações envolveram-se nesta separação, talvez uma mais que outra”, relata o autarca.

Sublinha que após o casamento forçado, a União de Freguesias e a população tudo fizeram para chegar a esta separação.

“Logo em janeiro de 2013 fizemos uma exposição jurídica ao Provedor da Justiça a pedir a Declaração de Inconstitucionalidade, foi rejeitada”, disse, recordando que realizaram abaixo assinados, moções, ações de rua, estiveram na Assembleia Municipal a protestar, cantaram as janeiras na Covilhã.

“Foram anos com dificuldades”, frisa César Craveiro, salientando que “é sempre difícil quando as freguesias, como é o nosso caso, se encontram separadas por 8 km”.

Para além da separação física há ainda a falta de afinidade que remonta aos anos em que Ourondo era anexa de Casegas antes de 1841.

Chegados a este ponto, e com a satisfação natural pela separação, César Craveiro espera pelos próximos passos, convicto de que mesmo “mantendo atualizado o inventário de bens da União de Freguesias” o processo de separação “não será fácil, haverá desacordos”, mas acredita que no final “o bom-senso irá prevalecer”.

“É preciso é que as coisas corram bem, as freguesias evoluam e os que vierem a ser eleitos nas próximas autárquicas façam o melhor pelo bem do Ourondo e pelo bem de Casegas”, disse.

Recordar que a desagregação e a criação de das novas freguesias foi aprovada pelo Parlamento, mas terá ainda que ser promulgada pelo Presidente da República, prevendo-se que tudo fique concluído até março, a tempo das eleições autárquicas deste ano.