Diafragma: “Liberdade” celebrada com imagens de 62 fotógrafos na Covilhã

No âmbito do festival de fotografia da Covilhã, Diafragma, que arrancou no sábado e se prolonga até dia 9 de março, pode visitar 12 exposições individuais, e uma coletiva, de 62 diferentes fotógrafos, com um denominador comum: “A liberdade está a passar por aqui”.

Nelson Marmelo, diretor artístico do Festival disse aos jornalistas, durante a cerimónia de abertura, que a Liberdade “é o fio condutor entre cada uma”, encontrando-se temas tão diversos como machismo, violência doméstica, alterações climáticas, entre muitos outros.


“É a liberdade criativa, o modo como cada fotógrafo interpreta aquela realidade e a transforma em arte. Este elo é que faz com que temas tão diversos, como a violência exercida pelo Estado ou a homofobia, sejam ligados entre si. É a liberdade a passar por aqui”, disse.

Pretende-se, com este tema, celebrar a liberdade de criação e através das imagens propostas ir mais longe na meditação e no alerta, frisou também Regina Gouveia, Vereadora da Cultura na Câmara Municipal da Covilhã.

“A liberdade tem de se relacionar com outros valores como a sustentabilidade, como o respeito pelo outro e a inclusão. É a liberdade de não desvalorizarmos artistas ou grupos pessoas porque são diferentes, ou porque pertencem a um grupo de pessoas com outro género, como é o caso da mulher, que a nossa cultura ainda continua a relegar para um plano secundário, disse, vincando que este é um festival que tem um tema “profundo e fundamental”. Recordou depois de “Há só uma terra” na primeira edição, da “Lusofonia”, na segunda edição, surge agora “a liberdade que tem tanto para nos fazer equacionar, pensar”, porque esta “tem de ser construída e reforçada todos os dias”, disse.

A autarca sublinha que “é um privilégio e um orgulho” ter na Covilhã um festival que tem feito “um caminho consistente” e que já está posicionado a nível nacional como um evento de grande qualidade que traz os melhores, não só de Portugal como de outros países, a cada edição.

De resto, trazer os melhores e elevar a qualidade do evento é a grande preocupação de Nelson Marmelo quando organiza o evento, assegurou, o diretor artístico, vincando que em cada uma das exposições deste festival há “trabalhos de excelência, com uma fotografia elaborada e muito depurada”, descreve.

 Até dia 9 pode ver 12 exposições individuais e uma coletiva da autoria de um total de 62 fotógrafos de Portugal, Espanha, Brasil, África do Sul, Angola, Senegal e Islândia.

Pode ver exposições individuais de Álvaro Domingues, Ana Sabiá, Celso Oliveira, Fernando Brito, Gideon Mendel, Gloria Oyarzabal, Nana Moraes, Olívia da Silva, Omar Victor Diop, Ragnar Axelsson, Rosa Gauditano e Sofia Yala.

Já a mostra coletiva intitula-se “50 anos de Liberdade, 50 fotografias” foi construída a partir das escolhas de cinco fotógrafos, Aníbal Lemos, Bruno Portela, Manuela Matos Monteiro, Susana Paiva e do próprio diretor artístico do festival, Nelson Marmelo, que foram convidados a selecionar dez fotógrafos para que os respetivos trabalhos integrassem esta mostra.

Há exposições na Galeria António Lopes, no Foyer do Teatro Municipal da Covilhã, na Rua António Augusto de Aguiar (Mercado) e na Casa da Cultura José Marmelo e Silva (Paul).

Da programação constam também conversas, conferências, música, cinema e oficinas em escolas, bem como o I Concurso de Fotografia “Diafragma Covilhã”.