Jorge Maia Pereira, docente do Departamento de Física da Universidade da Beira Interior (UBI), está a participar na experiência GLOSS, relacionada com o desenvolvimento de tecnologias capazes de suportar o ambiente extremo do espaço e avançar no estudo do universo de raios gama.
Segundo a UBI, a experiência GLOSS (Gamma-ray Laue Optics and Solid State detectors), integrada na Euro Material Ageing (EMA), do CNES – Centre National d’Études Spatiales (França), encontra-se no exterior da Estação Espacial Internacional desde 16 de dezembro. A experiência foi instalada no módulo Bartolomeo da Estação Espacial Internacional, onde vai permanecer durante pelo menos um ano.
A missão foca-se em “compreender os efeitos do ambiente espacial em órbitas terrestres baixas (LEOs) sobre diversos materiais, expondo-os a condições extremas como vácuo, ciclo térmico extremo, radiação UV, oxigénio atómico, campo de radiação ionizante (protões e eletrões), micrometeoros e detritos espaciais”, pode ler-se na página da UBI.
As amostras vão regressar à Terra para realizar “análises detalhadas”, de forma a “obter dados que contribuam para o desenvolvimento de tecnologias capazes de suportar o ambiente espacial”.
Selecionada pela Agência Espacial Europeia, em 2020, a GLOSS é apoiada por várias entidades, entre elas a Agência Espacial Portuguesa e a Agência Espacial Italiana.
O projeto é fruto de uma colaboração que reúne investigadores da UBI, do Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas, do Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde da Universidade de Coimbra, do Instituto Nacional de Astrofísica e Observatório de Bolonha, do Instituto Nacional de Física Nuclear, da Universidade de Ferrara, da LARge Italian X-ray facility e do Conselho Nacional de Investigação.