Quarta Parede com programa “diverso e ampliado” para 2025

A Quarta Parede, Associação de Artes Performativas da Covilhã, propõe para este ano um programa artístico “diverso e ampliado”, com cinco linhas orientadores e que leva propostas artísticas a diversos palcos da Beira Interior.

“A Quarta Parede propõe um programa artístico diverso e ampliado e que se concretiza num corpo de ações artísticas dialogantes com o território e com a população local, programa este que tem cinco linhas de intervenção orientadoras”, apontou Sílvia Pinto Ferreira em conferência e imprensa.


“Trazer temas e questões relevantes na contemporaneidade; contribuir para a circulação de artistas e projetos que dificilmente seriam apresentados no território; desenvolver projetos em cocriação com grupos da comunidade local; desafiar os públicos a envolverem-se e implicarem-se; e preservar e promover a cultura tradicional tendo em conta a sua atualização”, foram apontadas pela diretora artista da associação como as linhas mestras para construir a programação.

A associação dispõe de um orçamento de cerca de 230 mil euros, para desenvolver um programa que assenta em quatro grandes atividades no âmbito da criação, programação e mediação, apontou Sílvia Pinto Ferreira, que divide a direção artística da Associação com Rui Sena, sublinhando que em 2025 vai também desenvolver quatro projetos artísticos em parcerias com outras entidades.

Na área da criação a aposta passa pelo desenvolvimento do Laboratório Artístico Sénior que este ano se assume como Coletivo Momento Presente, foi explicado.

“Surge da relevância que o Laboratório de Artes Performativas Sénior assumiu na atividade da Quarta Parede, desde 2018. Este laboratório para adultos acima dos 60 anos, é agora afirmado como coletivo de criação artística comunitária, neste momento tem 12 elementos, entre 63 e os 86 anos. O projeto acontece ao longo do ano, no Centro Ativ’Idades e no auditório do Condomínio Associativo II”, detalhou.

O projeto terá direção artística partilhada entre Sílvia Ferreira e João Castro, que agora integra também a equipa da Quarta Parede.

Vai “passar por fases de formação nas áreas da dramaturgia, voz e movimento” e pela criação de um espetáculo a apresentar em 2026. A primeira fase começa em fevereiro, com as oficinas de formação. As inscrições para novos elementos estão a decorrer, detalhou também João Castro.

Na programação o destaque para dois eventos diferentes, o “Festival Y”, que vai para a 21ª edição e que irá decorrer entre março e junho, na Covilhã, Belmonte, Fundão e Castelo Branco, com duas residências artísticas, 12 espetáculos e nove ações de mediação e o festival “Em trânsito – Artes Performativas para novos públicos”, que tem início em outubro.

Este terá “uma programação que valoriza a criação de ambientes de proximidade através das artes e a realização de atividades em vilas e aldeias do concelho da Covilhã. O programa é composto por 14 sessões entre espetáculos, sessões de contos e oficinas, dirigidas a pessoas de todas as idades, com especial atenção a crianças e jovens que este ano serão desde o pré-escolar ao ensino secundário”, disse Sílvia Ferreira.

Na mediação o destaque vai para o programa “Interceções – práticas artísticas de proximidade” que este ano apresenta uma nova configuração, com a promoção de ações diversificadas de envolvimento, formação e participação. Terá três atividades distintas: o “Plural”, um programa de experimentação artística que se iniciou em 2024 e que irá decorrer em diversos locais do concelho da Covilhã, com início a 22 de fevereiro, com uma oficina na área da voz; “Leituras Nómadas, em parceria com a Biblioteca Municipal da Covilhã, e o “Comum” uma atividade satélite do Festival Y com Cláudia Galhós.

A estas atividades realizadas no quadro do apoio sustentado do Ministério da Cultura – Direção Geral das Artes, acrescem quatro projetos em parceria, com organização de outras entidades.

Uma “Residência Artística” no âmbito do Plano Nacional das Artes, promovida pela Câmara Municipal do Fundão, na Escola Serra da Gardunha (AEGX Fundão); o “Urdidura”, projeto de arte comunitária, promovido pela Beira Serra, integrado na iniciativa PARTIS Art for Change, da Fundação Calouste Gulbenkian,e Fundação ”La Caixa”; o “Revive” -The threads of the past weaving the future: The colors from the Royal Textile Factory of Covilhã 1764 – 1850, desenvolvido pelo Museu de Lanifícios UBI e o “Carreiros para Futuros Ancestrais”, projeto a desenvolver no lugar de Carreiros, Paredes de Coura.

Uma programação que resulta de 22 anos de experiência na linha de trabalho que a Quarta Parede realiza na região, apostando na proximidade, com atividades em espaços convencionais, mas que vai, também, a outros locais, para “estabelecer relações abrangentes” com o público.