A Unidade de Cardiologia de Intervenção da ULS Cova da Beira, entre 1 de fevereiro de 2024 e 29 de janeiro de 2025, atendeu 1055 doentes, executando 1542 procedimentos, mais do triplo da estimativa inicial, foi hoje anunciado durante uma sessão clínica em que se assinalou o primeiro ano de funcionamento da unidade.
Desde há um ano que a Beira Interior saiu da área cinzenta no que respeita a estes tratamentos, passando a ter um serviço de proximidade, foi uma vez mais realçado por Marco Costa, Coordenador da unidade, que põe em destaque os 465 doentes que foram atendidos em situação de urgência, considerando os “resultados excelentes”.
“Nós conseguimos ganhar proximidade no tratamento dos doentes, alcançando resultados excelentes. 465 doentes fizeram angioplastia coronária, um balanço muito significativo”, disse.
O Coordenador dá conta que a maioria dos casos que fizeram angioplastia, mais de 300, eram doentes urgentes com enfarte, e desses, cerca de 165 eram casos com situação “muito grave” que poderiam não sobreviver a um transporte, como o que acontecia há um ano atrás.
“Em termos de urgência, ou seja, com enfarte, foram mais de 300 e desses 165 tinham a coronária tapada, doentes com um risco muito elevado de mortalidade se não for aberta a coronária atempadamente”, disse.
Questionado se sobreviveriam a um transporte para Lisboa, ou Coimbra, por exemplo afirma que “não se pode fazer futurologia, mas o risco era muito elevado”.
Há casos, diz, em que 10 minutos mais e não se teria salvo a vida, dando o exemplo de um doente atendido hoje, dia 30.
Nem todos os casos foram de sucesso, lamenta Marco Costa, fazendo um balanço geral “claramente positivo”.
“Há muitas histórias de sucesso, há muitíssimo poucas de insucesso, mas na medicina não há nada que se possa dar como garantido”, diz, realçando “a experiência da equipa externa” que tem dado uma “muito boa resposta”.
A prevenção de AVC em doentes triados pelas Unidades das ULS Cova da Beira, Castelo Branco e Guarda é o novo serviço que hoje, dia 30, começa na unidade, avança o responsável.
Realça que se trata de “uma intervenção estrutural cardíaca, um procedimento minimamente invasivo”, mas primordial para o doente.
“Uma forma minimamente invasiva, com baixíssimo risco para o doente, com uma taxa de eficácia muito grande”, diz. Algo que também não se fazia nesta zona. São doentes que ou já tiveram um AVC ou têm risco de vir a ter se não fizerem o procedimento, explica.
À semelhança do que acontecia com os doentes cardíacos, também nestes casos eram enviados para hospitais de Lisboa, Porto ou Coimbra, algo que agora será evitado, realça.
No futuro a unidade irá também dar resposta a doentes hipertensos, fazendo desnervação de artérias renais, uma intervenção inovadora, dando assim resposta aos casos em que a hipertensão não é controlada com a medicação, concluiu Marco Costa.
A unidade de Cardiologia de Intervenção da ULS Cova da Beira abrange também as áreas da ULS Castelo Branco e ULS Guarda, num total de cerca de 300 mil utentes.
A equipa interna é composta por uma medica, quatro enfermeiros, seis técnicos e outros colaboradores, estando mais dois enfermeiros a iniciar formação. A estes juntam-se equipas externas de 5 ULS, nomeadamente, São João, Coimbra, Gaia/Espinho, Lisboa Ocidental e Almada/Seixal.