21ª edição do Festival Y pretende “acessibilizar as linguagens emergentes”

A 21ª edição do Festival Y – Festival de Artes Performativas, promovido pela Quarta Parede, vai decorrer entre os dias 20 de março e 14 de junho, com um total de 11 espetáculos, duas residências artísticas e 11 ações de formação e mediação, a decorrer na Covilhã, Fundão, Belmonte e Castelo Branco.

Sílvia Pinto Ferreira, co-diretora do Festival Y, avançou que este evento tem como principal objetivo “acessibilizar as linguagens emergentes”, “contribuir para a circulação dos artistas” e, ainda, transformar o festival numa “plataforma de passagem da arte contemporânea que seja uma referência a nível nacional”. Esta edição tem como foco as principais questões políticas e sociais do país, mas o grande objetivo é a divulgação das artes.


“Esta edição em particular tem como linhas curatoriais a valorização de projetos comprometidos com a ação e o pensamento sobre questões sensíveis da atualidade, procurando contribuir para uma maior inscrição na esfera pública de temas iminentes ligados à imigração, à não normatividade sexual de género (física ou cognitiva), aos problemas da habitação, entre outros temas”, explicou Sílvia Pinto Ferreira.

As residências artísticas, que abrangem a zona das Penhas da Saúde e da Torre e vários locais do concelho da Covilhã, são “Investigação – Ventilação” e “Diário de uma República III”. A residência começa dia 20 de março. No dia 12 de abril, a residência promove uma oficina performativa dirigida ao público em geral e, no dia 7 de junho, vai existir um momento de partilha pública.

Quanto a “Diário de uma República III”, no âmbito desta residência, da Companhia Amarelo Silvestre, que decorre na primeira semana do festival, o fotógrafo Nelson D’Aires vai percorrer o concelho da Covilhã para “registar o seu olhar sobre o polémico tema da habitação em Portugal”.

Em relação aos 11 espetáculos, a programação começa no dia 20 de março, às 21:30, no Teatro Municipal da Covilhã, com a “Trilogia das Sombras”, dos músicos Mano a Mano.

No dia 25 de março, às 21:30, no Teatro das Beiras, o Festival Y apresenta “Trans*Performatividade”, de Aura, uma das duas peças selecionadas da Open Call da edição anterior.

A Fábrica da Criatividade, em Castelo Branco, vai acolher, no dia 2 de abril, às 21:30, o espetáculo “Cascas D’Ovo”, de Jonas & Lander.

No dia 9 de abril, às 21:30, no Cine-Teatro Avenida, em Castelo Branco, tem lugar a segunda peça selecionada pela Open Call da edição anterior, intitulada “Não tenho terra nos sapatos”, de Magda e Miguel F.

No Teatro, o Festival Y traz à discussão temas relacionados com o ao racismo, à migração e ao colonialismo, através da peça “Volta Para a Tua Terra”, de Keli Freitas, a acontecer no dia 17 de abril, às 21:30, no Teatro Municipal da Covilhã. E, ainda, a peça “A Outra Casa da Praia”, de Anabela Almeida, no dia 24 de maio, às 21:30, no Teatro das Beiras.

Na Moagem, no Fundão, o Festival Y apresenta no dia 9 de maio, às 21:30, o espetáculo de dança “Née”, de Igor Calonge.

No dia 17 de maio, às 21:30, o o coletivo madeirense “Dançando pela Diferença”, apresenta, no Teatro Municipal da Covilhã, “Blasons”, de François Gagnon, e “Doesdicon”, de Tânia Carvalho.

O Teatro Municipal da Covilhã recebe no dia 29 de maio, às 21:30, o espetáculo de dança “.G Rito”, de Piny.

Depois de ter passado pelo Paul na edição do ano passado, o espetáculo “Romaria”, da Réptil, vai ser apresentado a 14 de junho, pelas 18:30, no Castelo de Belmonte.

Quanto a ações satélite, o “COMUM”, desenvolvido com a jornalista e escritora Cláudia Galhós, consiste em conversas a partir da programação e dos artistas do Festival Y. As conversas vão circular entre a Universidade da Beira Interior, as escolas e os teatros das localidades abrangidas pelo evento.

Durante todo o decorrer do festival, vai estar aberta uma Open Call para a seleção de dois criadores emergentes que vão ter a oportunidade de se apresentar na próxima edição.

O orçamento do Festival Y ronda os 120 mil euros.