SCC retira proposta de venda dos silos auto. “É assunto que morreu aqui”

Depois de debatidas as três propostas de financiamento apresentadas pela direção, Francisco Moreira, presidente da Assembleia Geral do Sporting da Covilhã, decidiu retirar a proposta de venda dos silos auto à Câmara Municipal da Covilhã. António Vicente, vice-presidente da direção, assegurou que “é assunto que morreu aqui”.

“Naturalmente nós percebemos o sentido das vossas palavras, das vossas intenções. Da minha parte e da parte da direção está fora de questão a venda dos silos. É assunto que morreu aqui hoje, a vossa opinião é soberana”, afirmou António Vicente.


No decorrer do debate, os associados do Sporting da Covilhã mostraram desagrado com a “proposta ruinosa” da venda dos silos auto. Para além de considerarem que esta é uma “proposta vazia de conteúdo” e que faltam informações referentes aos valores de venda e de construção da academia, os associados sugeriram que a proposta fosse retirada e que fossem ponderadas alternativas. Os sócios acreditam que o silo “é um mealheiro” e que “gostam de ver o ouro nos dedos”. Defendem, ainda, a construção da academia, “mas nunca a troco da venda dos silos auto”.

Quanto à proposta de atualização das quotas, o Sporting da Covilhã apresentou as atualizações dos valores mensais e anuais, cujos montantes não eram alterados desde 1995.

“Como sabem, as quotas de sócio são uma importante fonte de receita para o clube. A proposta de alteração visa aproximar o valor das quotas à realidade económica atual, garantindo que o SCC continue a ter recursos necessários para investir na sua atividade e projetos. Esta decisão foi tomada considerando as necessidades financeiras do clube, a situação económica dos sócios, mas também tendo como referência outras instituições similares”, frisou Marco Pêba, presidente da direção do Sporting da Covilhã.

Apesar de alguns associados levantarem questões relativamente ao “aumento exagerado” e ao “esforço” que estas alterações possam significar para famílias com vários elementos associados e, ainda, questões relativas à possibilidade de desistência de sócios, a proposta foi aprovada por maioria, com quatro votos contra e 10 abstenções.

Desta forma, as quotas mensais de 0.50 cêntimos passam para 1 euro, as de 1.25 para 2.50, as de 2.50 para 4 e as de 5 passam para 7.50 euros. Quanto às quotas anuais, as mesmas passam de 15 para 25 euros.  

Em relação à proposta de crowdfunding, inicialmente apresentada, António Vicente explica que, face ao debate da Assembleia Geral de 18 de dezembro, a direção repensou sobre a questão. Em substituição, propuseram a criação de uma angariação de fundos (até 300 mil euros), durante esta época (2024-2025), de forma a liquidar exclusivamente as dívidas do clube.

“A direção do Sporting da Covilhã vem propor à Assembleia Geral que a atual direção seja autorizada a implementar quotas extraordinárias voluntárias de solidariedade, no montante de 10, 50, 100, 200, 500 e 1 000 euros, à escolha dos associados interessados e pela quantia pretendida pelos mesmos”, explicou António Vicente.

A proposta de angariação de fundos foi aprovada por unanimidade.

O vice-presidente da direção aproveitou o momento para mencionar que o empréstimo de cerca de 53 mil euros foi liquidado à Caixa do Crédito Agrícola em dezembro. Informou, ainda, que os valores angariados poderão ser consultados no website do Sporting da Covilhã.

No final do debate, Francisco Moreira, presidente da Assembleia Geral, elogiou a “elevada qualidade da intervenção”, o “respeito mútuo” e acredita que os sócios deram “uma lição de democracia interna”.

A Assembleia Geral do Sporting da Covilhã decorreu ontem à noite, no Auditório Municipal, com a presença de 115 associados.