ADC apresenta “Recolha 5.0”, a “revolução da gestão de resíduos”

A Águas da Covilhã (ADC) apresentou ontem, dia 24, o projeto “Recolha 5.0”. João Marques, presidente do conselho de administração da ADC, acredita que este “conceito inovador” vai ser a “revolução da gestão de resíduos”, colocando a Covilhã num “patamar de diferenciação a nível nacional”.

“Inspirada nos princípios da indústria 5.0, esta abordagem alia aquilo que é a tecnologia avançada, inteligência artificial e a automação a um fator basilar e essencial: os trabalhadores. A autonomia e a inteligência artificial, não substituindo trabalhadores, vem complementar o seu trabalho, minimizando o seu esforço e aumentando a sua eficiência”, explicou João Marques.


De modo a aumentar a eficiência da logística, reduzir as emissões de CO2, incentivar o envolvimento dos cidadãos para o aumento da reciclagem e atualizar as infraestruturas, a ADC apresentou o “Recolha 5.0”, um projeto que envolve a colocação de sensores inteligentes nos contentores, a modernização da frota e dos carrinhos de limpeza manual, a automação dos pontos de recolha, a criação da Brigada de Ação Rápida (BAR) e o desenvolvimento da aplicação GOBIN.

Os sensores inteligentes vão permitir a redução do número de recolhas desnecessárias (em função do enchimento dos contentores), reduzir o número de viaturas nas ruas e, consequentemente, diminuir as emissões de CO2.

“Ao introduzirmos estes elementos vamos começar a fazer uma redução do número de recolhas que são desnecessárias. Ou seja, ele vai-nos confessar, numa primeira fase, quais são os contentores onde não é preciso passar porque, muito provavelmente, está a 25% e não é preciso passar lá. Ele é que nos vai dizer os sítios onde devemos parar e uma não paragem é um não arranque é um não esforço físico e, por isso, é eficiência”, assegurou presidente do conselho de administração da ADC.

“Se eu consigo, com sensores inteligentes, saber onde é preciso ir, já não preciso que esses veículos circulem nas mesmas rotas do costume. Vão circular onde têm de ir buscar os resíduos. E, com isso, a questão da diminuição de emissões de dióxido de carbono”, acrescentou João Marques.

Hélio Silva, sócio gerente da EVOX, garantiu, ainda, que os carrinhos de limpeza manual também vão estar equipados com “um sistema inteligente que nos permite saber qual foi a rua que foi efetivamente limpa ou não”.

Além disso, João Marques garantiu que a ADC está a apostar em novos carrinhos que sejam “mais confortáveis e mais práticos”, de forma a que os operadores possam guardar os seus pertences e alimentos de forma “digna”.

Em relação à modernização das frotas, os serviços da ADC vão contar com novos veículos de recolha e uma frota elétrica para recolha de objetos volumosos e verdes. Oito veículos vão estar equipados com tablets na cabine e três veículos vão contar com RFID.

“O tablet faz um guiamento automatizado ao condutor. O sistema consegue dizer ao condutor para onde seguir e qual é o melhor caminho a ser efetuado. O sistema conta também com a instalação de uma botoneira na traseira, que permite recolher eventos da própria cidade e tem, também, um sistema RFDI que permite saber se determinado contentor foi recolhido ou não. A ADC vai ter o histórico de tudo aquilo que foi e que não foi recolhido”, esclareceu Hélio Silva.

Uma das novidades com maior destaque passa pela criação da Brigada de Ação Rápida (BAR).

João Marques explicou que o objetivo da BAR é permitir um “serviço de limpeza urbana”. O presidente do conselho de administração da ADC afirmou que, sempre que a população identifique a necessidade de algum serviço, a BAR “vai promover a limpeza e higienização do local”, de forma a “promover uma Covilhã mais limpa e mais sustentável”.

Quanto aos 14 pontos de recolha existentes no concelho da Covilhã, a ADC pretende “alterar o paradigma” através da automatização. Os cidadãos podem deslocar-se ao ponto de recolha, que se encontra devidamente vídeo vigiado, e carregar na campainha. A campainha entra em contacto com o respetivo presidente de junta de freguesia, que se encarrega de abrir o portão, de modo a permitir a descarga.

Além de tudo isto, a ADC apresentou a aplicação GOBIN. Esta aplicação gratuita vai permitir que os cidadãos possam reportar problemas, de modo a melhorar os serviços de recolha de resíduos.

“Em termos de aplicações, nós vamos ter aplicações especificas para ter uma integração com o cidadão, desde a recolha dos monos, a limpeza que é necessária, o caixote que esta estragado e que são feitos diretamente numa aplicação gratuita e que entra logo um pedido de substituição imediata, que vai para a central de controlo para ser tratada logo de seguida”, disse João Marques.

Hélio Silva explicou que a aplicação permite que o cidadão consulte qual é o ecoponto mais próximo, bem como a informação referente aos dias e à frequência em que os contentores são recolhidos.

O projeto “Recolha 5.0” tem um total de investimento estimado em cerca de um milhão e seiscentos mil euros (5 anos). A ADC prevê que, no prazo entre 5 a 10 anos, exista uma poupança de cerca de três milhões de euros.

A apresentação do projeto contou com a presença de João Marques, presidente do conselho de administração da ADC, de Vítor Pereira, presidente da Câmara Municipal da Covilhã, e de Hélio Silva, sócio-gerente da EVOX.