Ontem, dia 14 de fevereiro, data em que assinala o São Valentim e o combate à violência contra as mulheres e raparigas, a CooLabora festejou 17 anos de um “caminho longo, sólido e consistente” junto da comunidade.
Em declarações à RCC, Graça Rojão, co-fundadora e diretora executiva da CooLabora, destacou a “posição consolidada” que a estrutura de intervenção social alcançou ao longo dos últimos anos.
“A CooLabora está quase na maioridade. Para o ano serão os 18, mas são 17 anos que já permitiram chegar a uma posição relativamente consolidada do ponto de vista da experiência, da relação com as entidades parceiras, da relação com a comunidade. Acho que fizemos um caminho relativamente longo, mas também muito sólido e muito consistente e que nos permite hoje olhar para estas questões e para a relação que estabelecemos com as pessoas e com a comunidade de uma forma muito tranquila”, referiu.
Em dia de celebração, e à semelhança de anos anteriores, a CooLabora aderiu à campanha mundial “One Billion Rising”, que se celebra desde 2012, com vista a alertar para a violência contra mulheres e raparigas. Graça Rojão acredita que é importante estar alerta para estas questões.
“É importante porque, infelizmente, é um fenómeno que continua a persistir. Nós podíamos pensar que era uma coisa do passado, que estava em vias de extinção, mas não é. Os dados da violência no namoro ilustram bem que a violência nas relações de intimidade continua a estar muito presente. Portanto é bom chamar a atenção e colocar na agenda da discussão que a violência nas relações de namoro existe e que é preciso estar alerta”, frisou.
As iniciativas da campanha “One Billion Rising”, dinamizadas na Covilhã, começaram na Escola Secundária Quinta das Palmeiras, na manhã de ontem. A co-fundadora e diretora executiva da CooLabora assegurou que a sensibilização através de jogos educativos é “mais transformadora” e que a reação dos jovens foi “muito interessante”.
“A reação que nós tivemos dos adolescentes que participaram foi muito interessante porque nos parece que há maior consciência deste problema, mas também ainda há muitas ideias pré-concebidas. Há, também, fenómenos relativamente novos que têm a ver com o controlo através das redes sociais, de exigir o acesso ao telemóvel ou a passe do Instagram e este tipo de controlo é algo que é importante discutir e desmistificar. Ao invés de fazemos palestras, nós fazemos muitos jogos em que nos colocamos em vários papéis para criar uma relação, para experimentarmos e para sentirmos aquilo que pode ser uma relação de violência no namoro. Isso parece-nos muito mais transformador do que simples palestras que podem ser ouvidas de uma forma muito passiva”, explicou Graça Rojão.
Ao final do dia, na sua sede, a CooLabora abriu as portas à comunidade para um “momento de dança coletiva”, que simboliza “uma forma mais leve de nos lembrarmos que este problema existe e que a entreajuda entre mulheres é fundamental”.
Terminadas as iniciativas da campanha “One Billion Rising”, a CooLabora soprou as velas dos 17 anos. Graça Rojão antecipou um futuro de continuação do trabalho relativo à prevenção e combate à violência contra as mulheres, à violência doméstica e à violência de género e, ainda, do trabalho relacionado com a pobreza, inclusão social e economia solidária. “É muito importante continuarmos a perceber quais são os novos desafios e ir respondendo às demandas que nos chegam da comunidade”, concluiu a diretora executiva da CooLabora.