Covilhã: Obras no Complexo Desportivo sem data para avançar. Oposição critica falta de planeamento

A Câmara Municipal da Covilhã só avança com obras no campo nº 2 do Complexo Desportivo da Covilhã quando a requalificação do Maia Campos permitir que o sintético, que ali será instalado, possa ser utilizado, explicou hoje José Miguel Oliveira, vereador com o pelouro do desporto, após a reunião privada do executivo em que a oposição levantou o tema, criticando a falta de planeamento para resolver um problema que vem do primeiro mandato, há 12 anos.

José Miguel Oliveira, que falou aos jornalistas no final da reunião, aponta que o problema do Complexo Desportivo “é conhecido” e resulta da “utilização intensiva” do espaço que, detalha, dá apoio a cerca de 400 crianças e jovens, à equipa sénior do SCC, à equipa feminina da ADE, a oito clubes de atletismo, alguns de fora do concelho, e a cerca de 600 pessoas nos programas de atividade física.


Realça que o espaço só tem relvados naturais, que só deviam ter 10 horas de utilização por semana, sendo que a carga é muito maior.

“É impossível estar nas melhores condições para os jogos. Para estar imaculado para os jogos teríamos que condicionar a utilização durante a semana para treinos. Em conversações com os clubes, porque é assim que tomamos as decisões, verificámos que não era possível esse condicionamento”, disse.

Apontando que a intenção da Câmara é reabilitar o campo nº 2, tal como consta no Plano Estratégico de Desenvolvimento Desportivo, criando um campo para futebol de 11 e outro de 7, com relva sintética, e a criação de condições para o público e balneários, José Miguel Oliveira frisa que a estratégia da autarquia é avançar com intervenção só quando o Maia Campos, no Teixoso, possa ser utilizado, para evitar a paragem de treinos e competições de alguns clubes.

“Aproveitando o facto de haver uma candidatura do Grupo Desportivo Teixosense a um programa da Federação Portuguesa de Futebol, o objetivo é reabilitar o Maia Campos, colocando um relvado sintético e logo que este possa ser utilizado, as crianças passarem a utilizar esse espaço, temporariamente, até ser reabilitado o campo nº2, para minimizar o impacto no desenvolvimento desportivo dos nossos jovens e dos nossos atletas”, explicou.

Uma situação que se complica porque as obras no espaço estão atrasadas, diz José Miguel Oliveira, o que tem feito “com que não haja possibilidade de proceder a essa intervenção”.

Já sobre a pista de atletismo do Complexo Desportivo, salienta que o projeto está concluído, aguardando parecer da Federação Portuguesa de Atletismos para lançar a obra, “o mais cedo possível, escolhendo uma altura que cause menos impacto à utilização do Complexo”, disse.

“São reabilitações que têm o intuito de munir a cidade com instalações de ponta, ao nível das melhores a nível nacional, que possam almejar receber aqui provas nacionais, que é o que se pretende”, concluiu.

Explicações que foram dadas aos vereadores da oposição quando colocaram o tema em discussão, no período antes da ordem do dia, mas que não podem ser aceitáveis, disse Pedro Farromba.

“Estamos no 12.º ano de mandato do executivo do PS, sabemos deste problema desde o 1.º dia do 1.º mandato e vamos chegar ao último dia, do último mandato, sem esse problema estar resolvido. Os campos parecem uma plantação agrícola e é aí que os nossos jovens progridem nas atividades desportivas, nomeadamente no futebol. Ao longo de 12 anos nunca foram criadas soluções. A resposta não pode ser «se pararmos para fazer obras os miúdos deixam de treinar», porque isso devia ter sido pensado antes. Este planeamento devia ter sido feito desde o 1.º dia do 1.º mandato”, apontou.

Pedro Farromba mostra-se convicto que nenhuma das intervenções previstas será feita até ao fim do mandato, sublinhando que este “é o selo da incompetência da gestão socialista ao longo dos últimos 12 anos”.