A Ministra da Saúde, Ana Paula Martins, assumiu ontem no Parlamento que o facto da região ter “zero” vagas para medicina geral e familiar no concurso de dezembro foi “um lapso”, que será corrigido no concurso a abrir em maio e no qual o Ministério já está a trabalhar.
“Foi um lapso da nossa parte que eu tenho que admitir. Eu sei porque é que há zero vagas, é porque segundo a informação não havia nenhum recém especialista a terminar ali, mas isso não era impeditivo de termos aberto, não 10, mas uma ou duas, porque algum médico poderia querer movimentar-se. Nós reconhecemos que não pode ser assim e quero dizer que sim, já estamos a trabalhar no concurso de maio”, garantiu a Ministra.
A governante respondia a uma questão do deputado eleito pelo PS pelo círculo eleitoral de Castelo Branco, Nuno Fazenda, que denunciou que a região, apesar de ter 28 mil utentes sem médico de família, foi a única em que não foram abertas vagas.
“Falamos de um distrito que inclui duas importantes ULS’s, a Cova da Beira e Castelo Branco, o quarto maior distrito em termos territoriais, o que significa com maior exigência em termos de saúde”, disse, questionando o facto de haver zero vagas e se há disponibilidade do Governo para corrigir a situação.
Recorde-se que no passado dia 26 de dezembro foi publicado um despacho assinado pela ministra da Saúde que estabelecia a contratação de 225 médicos de família, no qual o distrito da Castelo Branco foi o único que não teve a atribuição de qualquer vaga. Logo nessa altura, os deputados eleitos pelo PS, Nuno Fazenda e Patrícia Caixinha questionaram por escrito a ministra sobre esta situação.
Face à resposta da Ministra da Saúde, em nota de imprensa, Nuno Fazenda sublinha o “reconhecimento do erro por parte do Governo e o compromisso da ministra de corrigir esta lacuna no futuro concurso agendado para maio. Estaremos atentos para que não haja mais nenhum lapso com a Beira Baixa”, conclui.
Aproveitando a audição da Ministra da Saúde no Parlamento, Nuno Fazenda “saudou e agradeceu” aos anteriores Conselhos de Administração da ULS da Cova da Beira e da ULS de Castelo Branco pelo seu trabalho em prol da saúde das populações da Beira Baixa, e, em particular, ao anterior presidente da ULS da Cova da Beira, João Casteleiro, “um médico com uma longa carreira amplamente reconhecida no país e na região, que dedicou toda a sua vida profissional à causa da saúde e do SNS, sempre com elevado nível de profissionalismo, competência e humanismo”. Concluiu dizendo que “na vida pública e política, não podemos esquecer quem exerceu funções públicas de grande exigência e responsabilidade, como é o caso de quem gere centros hospitalares e de quem o fez em tempos de pandemia, por isso aqui fica também o nosso reconhecimento a quem teve essas responsabilidades e prestou esse serviço público”.