Arrancou este domingo, com uma sessão de “Cinema na Fábrica”, o projeto Urdidura que, através de um processo artístico nas áreas da dramaturgia, do teatro e do cinema, pretende evidenciar temas como a inclusão, a xenofobia, direitos laborais e memórias das lutas contra a ditadura fascista em Portugal.
“Trata-se de um projeto de arte participativa” sublinha Marisa Marques, da Beira Serra, detalhando que se pretende juntar operários da indústria têxtil, com culturas e experiências diversificadas – uns em situação de reforma (maiores de 60 anos) e outros de nacionalidade estrangeira recém-chegados à região da Beira Interior.
“A inovação é que a eles se junta uma empresa, a Paulo de Oliveira, que abre as portas à comunidade”, disse a responsável, apontando que a partir das várias vivências e conversas serão elaborados guiões e feitas curtas-metragens com as várias temáticas.
Um dos objetivos é capacitar pessoas como agentes de combate à xenofobia e ao racismo, e contribuir para a integração de emigrantes que se possam sentir mais excluídos, disse Marisa Marques.
Sílvia Ferreira, da Quarta Parede, associação parceira no projeto, reforça que também se prende “valorizar o património de conhecimento e de experiência dos trabalhadores dos lanifícios, que tiveram um papel muito importante na resistência ao fascismo e pela luta por melhores condições de vida e luta pelos direitos laborais”, apontou.
A fase piloto do projeto decorre ao longo do ano de 2025, período em que se propõe o desenvolvimento da oficina “Corpo Coletivo”, que integra dois grupos de trabalho e três atividades: entrevistas; Comunidade de Acompanhamento e Cinema na Fábrica.
Entre 2026 e 2027 irá decorrer a consolidação e implementação do projeto.
Urdidura é um projeto promovido pela Beira Serra, Associação de Desenvolvimento, em parceria com a Quarta Parede, Associação de Artes Performativas, Câmara Municipal da Covilhã, UBI, União de Reformados, Pensionistas e Idosos do Tortosendo e Paulo Oliveira, S.A.