A Assembleia Municipal da Covilhã aprovou, por unanimidade, uma moção de protesto, proposta pelo PCP, pelos “transportes públicos no concelho da Covilhã”.
Na causa da moção estão as desigualdades de mobilidade entre a cidade da Covilhã e as freguesias do concelho.
Vítor Reis Silva (CDU-PCP), na sua intervenção, apontou a “discriminação existente e acentuada”, uma vez que os cidadãos residentes na Covilhã viram uma reposição dos aumentos do preço dos transportes, sendo que o mesmo não aconteceu com os cidadãos das freguesias rurais.
“Um cidadão que resida em Casegas paga um bilhete de cinco euros para vir à Covilhã e para regressar outros cinco euros. O passe são 115 euros, isso é incomportável. Com esta pobreza extrema de mobilidade, nós vamos despovoar as freguesias rurais e obrigar as pessoas, por via do preço dos transportes, a concentrar-se na Covilhã”, explicou.
Vítor Reis Silva acrescentou que, esta “pobreza extrema de mobilidade”, vai aumentar a pressão sob a habitação na cidade e que a Câmara Municipal da Covilhã deve resolver a situação.
Hélio Fazendeiro (PS) defendeu que o problema da mobilidade já foi identificado pelo PS Covilhã e pelo executivo municipal, mas que é “impossível” ser resolvido exclusivamente pela Câmara Municipal e acrescentou, ainda, que o Estado Central devia dar respostas financeiras os territórios de baixa densidade. Hélio Fazendeiro convidou o PCP a juntar-se ao PS para exigir essas respostas.
“O PCP podia juntar-se ao Município da Covilhã e ao PS Covilhã para exigir do Estado Central melhores condições, mais meios financeiros para reivindicar para as nossas populações aquilo que temos reivindicado, que faz sentido e que é de direito”, afirmou.
João Bernardo (CDS-PP) considerou que a acusação ao PCP foi “injusta” e acusou o PS de, no passado, ter votado contra outras moções semelhantes. João Bernardo referiu, ainda, que os residentes nas freguesias rurais do concelho da Covilhã continuam a ser discriminados e que “é uma vergonha dizer que é culpa do governo”.
“Eu acho que nós temos de perceber que os senhores estão e continuam a discriminar ainda mais as pessoas que vivem nas zonas rurais deste concelho e acho que deviam ter vergonha de vir dizer que isto é culpa do governo, quando vocês próprios têm a capacidade de fazer a redução e abater os aumentos que fizeram na Covilhã urbana e não o fazem nas áreas rurais”, assegurou.