A Câmara Municipal da Covilhã esta manhã, com uma homenagem emotiva a Carina Franco, iniciou um ciclo de iniciativas que visam reconhecer o importante papel da mulher na sociedade, e colocar em evidência a luta pelos seus direitos, disse Vítor Pereira, presidente da autarquia.
A primeira de três iniciativas foi atribuir o nome de Carina Franco, antiga diretora do Agrupamento de Escolas a Lã e a Neve, falecida em 2018 aos 62 anos, ao largo que dá acesso à escola.
Foi recordada por quem agora dirige a escola que ajudou a fundar e que mais tarde dirigiu de uma forma que, ainda hoje, tem a sua marca, foi sublinhado.
Cristina Madaleno, subdiretora do agrupamento, considerou-a “uma mulher ímpar”, apontando que era muito mais que uma gestora escolar.
“Uma mulher ímpar cuja presença foi sempre sinónimo de dedicação, sabedoria e liderança. Falar de Carina Franco é recordar alguém que não apenas dirigia uma escola, mas compreendia profundamente a essência da educação e a importância de cada aluno, cada professor e cada funcionário”, disse.
Também salientou que “não era apenas uma gestora escolar, era uma líder nata, capaz de inspirar, motivar e transformar vidas”. Um “exemplo para toda a comunidade escolar”.
Cátia Franco, filha de Carina, vincou que esta homenagem é o reconhecimento da “entrega total ao ensino de excelência”, que a sua mãe sempre teve.
Recordou “a empatia, o cuidado e o amor ao próximo com que impactou inúmeras vidas”, vincando que após 5 anos do seu desaparecimento “ainda continua a unir a comunidade escolar”.
Para a família, a atribuir o nome de Carina Franco ao largo por onde diariamente passava, é “o reconhecimento do seu contributo para a escola”.
Os elogios ao “trabalho e dedicação” de Carina Franco dominaram também o discurso de Vítor Pereira, presidente da CMC.
Considerou-a uma “cidadã notável”, salientando a importância das missões que abraçou, na escola e fora dela.
“Foi uma mulher, uma cidadã de corpo inteiro, notável”, disse. Também frisou que com esta homenagem o Município está a considera-la “um exemplo para todos”. “Devemos seguir estes exemplos, são estes que devem nortear as nossas vidas”, destacou.
“Que consigamos alcandorar-nos à altura, ao patamar, em que ela conseguiu elevar a sua vida, o seu trabalho e a sua escola”, concluiu.
Foi o início de um ciclo de homenagens “justas e merecidas que fazemos às mulheres”, apontou também o autarca, destacando que lembrar as vítimas e sobreviventes de violência doméstica, que acontecerá com a atribuição deste nome a um jardim na cidade, é ao mesmo tempo homenagear todos os que lutam pelos direitos das mulheres
“Falar das mulheres que são vítimas de violência domésticas, das operárias, das mães, de todas as mulheres, atribuindo este topónimo, é um caminho que iniciámos há relativamente pouco tempo”, disse, vincando que significa “que acompanhamos a luta de quem defende os direitos das mulheres, exprimimos a nossa repulsa pelos agressores e queremos sublinhar o papel muito relevante que as mulheres têm na nossa sociedade”.
Recordar que amanhã, dia 8, às 16:00 será atribuído o nome “Jardim Vítimas e Sobreviventes de Violência Doméstica”, ao espaço verde que confina com a Alameda Europa, Alameda Pêro da Covilhã e a Travessa Alameda Pêro da Covilhã.
Logo após esta homenagem, pelas 16:30, será atribuído o nome “Rotunda das Mulheres Operárias Têxteis” ao largo de forma circular que estabelece a ligação entre a Avenida Cidade do Rio de Janeiro e o Parque Industrial do Canhoso.