Depois da declaração de Paulo Fernandes na Assembleia Municipal do Fundão, em que garantiu que ficaria até final do mandato e em que falou de questões relacionadas com a estabilidade da maioria no executivo, caso surja mais que uma candidatura, o tema voltou a dominar a reunião pública da CMF.
Recordar que Paulo Fernandes abordou o tema na Assembleia Municipal respondendo a questões da bancada do PS e também, diz o presidente da Câmara Municipal do Fundão, ao líder da distrital do PSD que por diversas vezes terá pedido a sua saída da presidência da Câmara do Fundão.
Na sua declaração Paulo Fernandes vincou que irá cumprir o mandato até ao fim e que será neutro face a possíveis candidaturas de qualquer um dos seus vereadores.
Em comunicado o PS Fundão veio sublinhar que o autarca não reconhece a nenhum deles “condições para assegurar uma liderança equilibrada e estável. Não confia neles para um cenário de estabilidade institucional, razão pela qual não abandonou o cargo a meio, como lhe sugeriu o seu antecessor”.
Também os vereadores do PS na CMF, na reunião de sexta-feira, apontaram a divisão no executivo, que no seu entender é “notória”.
“Vemos com alguma preocupação, não que não tivéssemos sentido a divisão que corre por estes corredores ao longo dos últimos anos, mas vemos com alguma preocupação a sua frase «como é que alguém me pode vir pressionar para sair do Município quando não há uma maioria estável assegurada no executivo». Esta afirmação é fortíssima e reveladora da sua sinceridade e do que sente em relação ao executivo que lidera e concluiu que esta maioria não estava assegurada e era motivo para o manter até final do mandato”, disse Joana Bento.
“Perante a ingovernabilidade e instabilidade pode contar com os vereadores do Partido Socialista” assegurou a vereadora.
Paulo Fernandes assegura que essa interpretação não é correta, apontando que quis colocar em evidência as diferenças que existem agora, caso surjam mais do que uma candidatura no seu do executivo, face ao que existia há 13 anos.
“Independentemente do foco total dos senhores vereadores, e do conhecimento do que são estes períodos pré-eleitorais, o nosso foco até ao último dia são os interesses vitais do concelho do Fundão”, disse.
Frisa falou de uma “questão hipotética” face “às condições políticas que me tinham sido referenciadas pelo presidente da Distrital, que veio por várias vezes pedir a minha saída, e como tal, à pergunta que me foi colocada fiz a comparação entre as condições existentes à época e agora””, disse Paulo Fernandes fazendo uma alusão à saída de Manuel Frexes, há 13 anos, da CMF, em que o próprio Paulo Fernandes assumiu a autarquia.
“Se houver mais do que uma candidatura saída do núcleo executivo, obviamente as condições serão diferentes”, apontou.
O autarca garante que esta foi a sua declaração perante o “reiterado e efusivo” pedido feito para a sua saída, o que o levou a afirmar “algo que é de bom-senso e obvio”, disse.
Na reunião de Câmara, e de forma “simbólica”, para ajudar “no xadrez político”, que se possa colocar e face à experiência de árbitro de 20 anos do vereador Sérgio Medes, a bancada socialista ofereceu cartões a Paulo Fernandes para “ajudar a gerir contendas”. Aos restantes vereadores, como promoção de jogo limpo, a bancada ofereceu cartão branco.
“Uma vez que o interesse do Fundão tem que estar acima de qualquer interesse partidário. Eu sei o que gerir contendas. Eu sei o que é gerir o jogo. A pequena oferta que vamos fazer é o meu instrumento de trabalho durante 20 anos. O cartão vermelho é para qualquer entrada a pé juntos, o cartão amarelo é um pequeno aviso, e, espero que até final do ano possa oferecer muitas vezes este cartão”, disse, entregando neste caso o cartão branco a Paulo Fernandes.