AM Belmonte aprova contas de 2024 com a abstenção da oposição

A bancada do PSD e a eleita da CDU na Assembleia Municipal de Belmonte optaram pela abstenção na votação da Conta de Gerência da Câmara Municipal de Belmonte referente a 2024. A discussão do tema teve lugar esta terça-feira de manhã, durante a reunião ordinária do órgão.

Em ambos os casos houve críticas à gestão socialista do município belmontense.


Acácio Dias, eleito do PSD, disse que há “incapacidade” por parte dos gestores municipais, com uma gestão que, ao final de 12 anos, “deixará desiludidos os cidadãos deste concelho”.

“Os custos com pessoal continuam a aumentar”, apontou, frisando que também “os fornecimentos e serviços externos tiveram um acréscimo”, “sem que tenha havido um aumento dos serviços prestados aos munícipes”. Por outro lado, o eleito também aponta o valor negativo do exercício, em cerca de 1,1 milhões, “o que vem sendo recorrente e reflete a incapacidade de gestão”. Conclui que “o mandato de quatro anos, que culmina um período de 12 anos com os mesmos gestores municipais, deixará, certamente, desiludidos os cidadãos deste concelho”.  

Rosa Coutinho, eleita da CDU também teceu críticas às opções socialistas, e criticou a falta de execução do que foi prometido no orçamento.

Recordando que estas contas assentam “no maior orçamento de sempre”, frisa que o executado fica muito aquém.

“Nunca em tão pouco tempo se pretendeu fazer tanto e o que se fez foi o pouco, ou nada, que se vê”, disse.

Realçou também que apesar de se ter diminuído perto de 2 milhões de euros ao passivo total, este é ainda “superior a 10 milhões de euros, quase equivalente ao orçamento”.

Já o Grupo Municipal do PS, que votou favoravelmente as contas, afirma que estas, tecnicamente estão bem apresentadas, tendo havido neste campo uma evolução nos últimos anos. Em termos políticos, os números refletem e materializam as opções orçamentais do executivo, deu conta Luís António, anunciando o voto favorável da sua bancada.

António Dias Rocha aponta que a execução do orçamento se situa acima dos 80%, disse no final aos jornalistas, sublinhando que este é um número que o deixa satisfeito.

Detalha que o saldo negativo tem vindo a diminuir ao longo dos últimos anos, realçando que “tal faz parte do dia-a-dia das câmaras, em especial das mais pequeninas”. Ainda assim, frisa que “as contas estão equilibradas” e a “Câmara está a pagar mensalmente”, incluindo os empréstimos de quase 6,5 milhões que foram necessários para regularizar a divida.

Os documentos foram aprovados com 10 votos a favor e 9 abstenções.