A conta de gerência da Câmara Municipal de Penamacor foi aprovada ontem à noite, em Assembleia Municipal, com os votos contra do Grupo Municipal “Abraçar Penamacor”.
Segundo António Beites, presidente da Câmara, os documentos refletem a maior execução orçamental de sempre, cerca de 14 milhões de euros, com o Município a ter uma “grande condição de tesouraria”, sublinhou.
“Em 2024 tivemos a maior execução global de sempre da autarquia de Penamacor”, disse, realçando que o Município tem “uma grande condição de tesouraria, com um grande conforto em termos do passivo. Contas demasiadamente consolidadas do ponto de vista financeiro”, disse, mostrando satisfação pelos resultados alcançados.
A bancada da oposição não vê estas virtudes nos documentos e, analisando o mandato, sublinha que o concelho “estagnou”.
“Um ciclo politico que ficará marcado não pelo avanço, mas pela estagnação, um ciclo onde as promessas se repetiram, mas as realizações ficaram por cumprir”, disse Rogério Cruz, sublinhando que “durante estes anos a governação municipal se caracterizou por uma baixa execução orçamental, apesar do que se disse, ausência de planeamento estratégico e falta de investimento em áreas estruturais”, concluindo que “os orçamentos foram ambiciosos na previsão”, mas “frustrantes na execução”.
A oposição critica o facto de não se investir e por isso ter saldos de gerência cada vez mais elevados.
“Ano após ano o saldo de gerência aumentou, mas não por boa gestão foi porque o dinheiro não foi utilizado. São recursos parados, oportunidades perdidas”. Rogério Cruz frisa que o “ano de 2024 encerra este ciclo com um retrato mais claro da falência deste modelo de governação: Apesar das receitas orçamentais superiores a 17 milhões e um saldo de gerência superior a 8 milhões, a execução da despesa foi mais uma vez de apenas 55%. As despesas de capital, aquelas que mais impacto têm na vida das pessoas ficaram abaixo dos 30%, um número inaceitável face à folga financeira disponível”, disse.
O eleito do grupo independente na Assembleia Municipal conclui que não se fez mais em Penamacor, não por falta de dinheiro, mas por “falta de visão, planeamento e liderança”.
Já o Grupo Municipal do PS elogiou a performance financeira da Câmara Municipal e a obra feita, tanto na Vila de Penamacor como nas freguesias.
Álvaro Leitão deu os parabéns ao executivo “pela audácia de executar o maior orçamento municipal de sempre”, frisando que “só não vê quem não quer ver”.
“Os números falam por si. Não é pelo facto de ser de 65% que condiciona”. Olhando para os cerca de 27 milhões em receitas e o orçamento inicial de pouco mais de 21 milhões, sublinha que “mesmo executando um orçamento a 100%, ainda restam 7 milhões em saldo financeiro”.
O eleito recordou, também, que este executivo resolveu dividas antigas, pagou e fez obra.
Álvaro Leitão desafiou a olhar para as diferenças visíveis na vila de Penamacor e recordou que todas as infraestruturas foram requalificadas, bem como o centro histórico e lembrou que também o Parque Industrial foi alargado.
“O executivo camarário chegou e tinha uma divida de cerca de 2 milhões à Águas do Zêzere e Coa, conseguiu saldar, e, fruto disso, ganhou uma adutora de mais de 4 milhões, equilibrou as contas, e tem a ousadia de dizer que não fez nada?” questionou, olhando para a oposição.
As contas foram aprovadas com 17 votos a favor e 6 contra. A Assembleia Municipal de Penamacor realizou-se dia 29, ao início da noite.