Câmara de Manteigas aprova contas 2024. “Uma das melhores execuções dos últimos anos”

Num misto entre apresentação de contas do ano passado e balanço de mandato, Flávio Massano, presidente da Câmara Municipal de Manteigas, eleito pelo Movimento Independente Manteigas 2030, mostrou “orgulho” nos números espelhados na prestação de contas do ano passado, que mostram “uma das melhores execuções de um orçamento dos últimos anos”, salientando, ainda, que foram “lançadas bases para 2025 e para o futuro”.

“Conseguimos não parar Manteigas e colocar ao serviço dos manteiguenses um conjunto de investimentos e de planeamento que será continuado nos próximos tempos e que é a base para um futuro que acredito que seja bastante melhor para todos”, disse durante a reunião de Câmara realizada ontem de manhã.


O autarca realça que 2024 foi o melhor ano do seu executivo, no que toca a execução de um orçamento, frisando que conseguiu investir e executar mais.

“2024 foi o melhor ano desde que tomámos posse, pudemos executar o que vinha de trás, aquilo que planeámos e o resultado é que investimos mais por habitante, investimos mais em termos brutos, quer em despesas correntes quer em despesas de capital, foi, provavelmente, um dos melhores anos de execução dos últimos tempos e só posso dizer que estou muito orgulhoso em termos mantido uma Câmara Municipal que tem todos os indicadores de gestão no máximo, em luz verde total”, disse.

Salienta que a autarquia tem “solidez financeira” e investiu, conseguindo manter um prazo de pagamento médio de 5 dias, tendo, ainda, capacidade de endividamento como há muitos anos não tinha.

Flávio Massano conclui que chega ao fim do mandato com “sentimento de dever cumprido”.

“Não fizemos tudo, mas estamos orgulhosos. Tendo em conta o que aconteceu ao longo do mandato seria difícil para nós, fazer mais do que aquilo que fizemos”, disse

Nuno Soares, vereador eleito pelo PSD, não encontra estas virtudes no documento. Sublinha que a execução, tanto de receitas de capital como nas despesas de capital, ficaram aquém do expectável.

Aponta que na receita corrente foi executado 92,32%, “como seria expetável”. Já na receita de capital o Município executou 36,25% o que considerou “muito fraco”.

Salienta que no total das receitas orçamentadas, retirando o saldo de gerência de 2023, a execução efetiva fica nos 67,75%, frisando “que se executou só dois terços do que estava orçamentado”.

Já em termos de despesa, na corrente foi executa 82,7% “não é mau, mas também não merece especial destaque”, disse.

A principal crítica vai para a execução das despesas de capital que se ficou nos 36,1%, sublinhando que “só foi executado pouco mais de um terço do investimento previsto”.

No total da execução do orçamento de despesa ficou-se pelos 59% o que é “relativamente baixo”, disse.

“A execução não tem nada a ver com a forma pomposa como foi apresentado o orçamento, a realidade é que vistosos ‘power points’ ou discursos engalanados não fazem melhorar a vida das pessoas. O que faz melhorar é a efetiva execução dos orçamentos e não apenas, e só, colocar números num papel”, apontou.

No plano plurianual de investimentos o vereador detalhou a execução de cada um dos projetos, salientando que muitos ficaram a zero e outros muito abaixo do que estava orçamentado, apontando que tem razão Tomé Branco (vereador do PS) quando diz que, por exemplo, no caso da Praça Central da Vila, não será um projeto para 2030, mas para 20 ou 30 anos.

Tomé Branco, vereador eleito pelo PS, também sublinhou que nas Grandes Opções do Plano havia bons projetos que “infelizmente não tiveram os avanços que eram desejáveis”, principalmente os que podem ser “polos de atração para Manteigas”.

Salienta também que na área de comércio e turismo, das três medidas orçamentadas, duas não têm qualquer execução, frisando que é preciso rever esta situação para “ajudar as empresas do concelho”.

“O Município deve incentivar e apoiar a qualificação da oferta, não através do apoio ao emprego, tarefa que o IEFP desempenha, mas sim pelo apoio à requalificação, inovação e transformação do comércio e dos serviços, de forma a melhorar a competitividade das empresas e dos empresários”, disse  

Realça que a prestação de contas fica marcada pela “falta de entrada em obras de dois projetos como a Praça Central da Vila e a Habitação”, salientou o vereador.

Flávio Massano defende-se das críticas apontando “as boas ideias” e as mudanças que implementou na autarquia, frisando que todos trabalharam sempre em velocidade cruzeiro.

Sublinha que não se executou tudo, mas “Roma e Pavia não se fizeram num dia”, vincando que para se fazer “é preciso começar”.

“Não há nada que esteja a zero, há investimento feito, e projetos praticamente concluídos e nós vamos executa-los até final do mandato”, vincou.

Sublinha que o seu executivo está a “melhorar a vida das pessoas”, mantendo, ainda assim, fundos próprios equilibrados que lhe permitem investir nos projetos principais.

Dá conta que o Município tem 6 milhões disponíveis para investir e pode endividar-se em mais cerca de 2 milhões de euros, salientando a boa performance financeira da Câmara Municipal de Manteigas.

Os documentos de prestação de contas foram aprovados, ontem, em reunião extraordinária da CMM, com dois votos a favor, um voto contra do vereador do PSD e a abstenção dos dois vereadores do PS.