Câmara do Fundão aprova contas com voto contra da oposição

A maioria Social-democrata na Câmara Municipal do Fundão aprovou esta terça-feira as contas referentes a 2024.

Os documentos representam uma execução da receita na ordem dos 88%, com um saldo de gerência de cerca de 800 mil euros. Contas que colocam o município “no caminho da consolidação orçamental”, vincou o presidente, Paulo Fernandes. A bancada socialista considera que se falhou na habitação e se deixou “muita gente para trás” e por isso chumbou os documentos.


Relembrando que a autarquia recorreu ao Fundo de Apoio Municipal, FAM, Paulo Fernandes salienta que o índice da divida para sair do programa é de 1.50 e o município está no 1.51, vinca o Município está a um passo de sair

“Nós eramos para sair daqui a três anos e poderíamos, no limite, estar a sair este ano, mas, claramente, podemos sair a partir do próximo ano”, disse.

Sublinhou a diminuição da divida bancária em cerca de 2 milhões em 2024, situando-se na casa dos 43,9 milhões, realçando que no seu mandato houve “um esforço permanente para esta diminuição”

Salienta que a divida bancária da Câmara Municipal do Fundão era o dobro e chegava a quaro vezes e meia o orçamento no início dos seus mandatos.

Sobre este exercício disse que a taxa de execução da receita situou-se nos 88%, inferior a 2023, com um resultado positivo superior a 1 milhão de euros e com um saldo de gerência de 800 mil euros, detalhou o autarca.

Dá conta que a maior fatia de execução foi na área da habitação e só não foi mais longe devido aos atrasos do IHRU, Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana.

“Os atrasos gigantes relativamente à dinâmica dos processos com o IHRU é algo que se arrasta há dois ou três exercícios e tem sido penalizador para nós”, disse.

Joana Bento, da bancada socialista, aponta que esta demonstração de contas não espelha a comunicação que o município foi anunciando ao longo do ano.

“Não passam de uma demonstração plástica e eleitoralista que vai para além da compreensão real por parte dos cidadãos”, disse.

Recordando que a bancada socialista se absteve nos dois últimos orçamentos “como um voto de confiança” graças ao projeto da habitação, algo que em 2021 todos colocaram como prioritário para o Fundão.

Chegados a esta prestação de contas a vereadora sublinha que na construção e reabilitação de habitações, “há execuções baixas e em alguns casos execuções a zeros”.

“Da forma que nos é dado a conhecer no ano de 2024 estamos a falhar nesta matéria e a execução não é aquela que gostaríamos de ter visto, numa matéria que foi sempre unânime”, disse

Joana Bento conclui que as contas mostram que “alguns ficaram para trás”, razão pela qual votaram contra.

“Perante aquilo que esperávamos em 2024, no que concerne a habitação, esta execução não reflete o que é o melhor para o concelho do Fundão. Porque esta prestação de contas deixou muita gente para trás votaremos contra”, apontou.

As contas serão discutidas e votadas na Assembleia Municipal do Fundão agendada para dia 28 de abril.