A UF Covilhã e Canhoso homenageou ontem, ao fim da tarde, Amaro Teixeira, atleta que conquistou duas medalhas de ouro nos campeonatos do mundo de marcha atlética em masters, que decorreram na Flórida no final de março.
Uma homenagem “singela”, mas “muito merecida”, disse Carlos Martins, presidente da União de Freguesias da Covilhã e Canhoso, na sua intervenção protocolar durante a cerimónia.
Já aos jornalistas deu conta do “orgulho” da União de Freguesias uma vez que se trata de um atleta que, sendo natural dos Açores, reside na Covilhã há mais de 15 anos, é já um covilhanense. Foi atleta do CCD Leões da Floresta, é atleta do Penta Clube da Covilhã, é também treinador de crianças e jovens, logo fomenta a prática do desporto e do atletismo e são estas pessoas que têm de ser homenageadas. Não é covilhanense de nascença, mas trouxe o título mundial para a nossa terra”, disse o Presidente da Junta.
Sublinha que a autarquia a que preside irá continuar a realizar cerimónias desta natureza, vincando que é “em vida que se deve reconhecer o trabalho dos que fazem algo pela freguesia, pelo concelho, pelo país e pelo mundo”.
O atleta e treinador do Penta Clube da Covilhã, que se sente metade Covilhanense, onde reside há 17 anos, e metade açoriano, onde nasceu e viveu durante 18 anos, mostrou-se “feliz e sensibilizado” com este gesto.
“Fico muito feliz. Ainda estou a assimilar um pouco tudo. É atletismo masters, mas tem todo o valor” disse, sublinhando os “sacrifícios que se fazem diariamente”.
Realça que não é um “atleta normal”, uma vez que também treina, é dirigente e trabalha durante a noite o que não lhe permite “ter a vida que muitos atletas normalmente têm o que melhora os resultados”. “Conseguir ter resultados com estas dificuldades e com a falta de apoios financeiros, uma vez que a Federação de Atletismo não apoia nestas questões, é de louvar”, disse o atleta.
Recorda que todas as despesas dos atletas veteranos que participam nestas provas são por conta própria, desde as deslocações, alojamentos e até os equipamentos que carregam as cores nacionais.
No seu caso, por se tratar de uma modalidade com pouca visibilidade, a marcha atlética, é também muito difícil conseguir o que outros às vezes conseguem, patrocínio.
Desta forma desafia a Federação “a valorizar” os atletas desta faixa etária onde existe muito valor, dando apoio.
“A Federação também não pode apoiar toda a gente que se lembre de ir a uns campeonatos destes. Têm de criar algum tipo de critérios, por exemplo por marcas, ou ter em atenção os que já ganharam medalhas. Ou ser um contrarreembolso, ou seja, os atletas primeiro vão e se conquistarem medalhas têm o apoio”, detalhou.
“É muito duro nós termos que comprar tudo”, disse, sublinhando que há muito valor nestas faixas etárias, recordando o caso de Rosa Mota que ainda há pouco tempo bateu um recorde da meia maratona.
Amaro Teixeira já conquistou diversos títulos nacionais e internacionais na marcha atlética, disciplina em que se especializou, abandonando outras em que também foi medalhado, nomeadamente no trail de longa distância.
Sublinha que fica feliz com os bons resultados e as homenagens, mas trabalha diariamente para “ser o exemplo” para as crianças que treina. “Estas competições não são os Jogos Olímpicos, mas para mim é como se fossem”, disse.
Amaro Teixeira ainda vai competir este ano no campeonato Europeu Masters, que se vai realizar na Madeira, e nos campeonatos nacionais e absolutos.
Em 2026 pretende estar no Europeu de Pista Coberta na Polónia, o Europeu de Provas Fora do Estádio em Itália e no Mundial na Coreia.