Vítor Pereira apela ao Governo “que se entenda” para desbloquear abertura do Bolinha de Neve

Vítor Pereira, presidente da Câmara Municipal da Covilhã, apelou hoje às duas Secretarias de Estado que superentendem o Instituto da Segurança Social (ISS) e o Instituto de Gestão Financeira (IGF), e à Ministra da tutela, que se entendam para que seja possível a reabertura do Bolinha de Neve, dando assim resposta às 165 crianças e 33 funcionários que ficarão desamparados com o encerramento do Colégio das Freiras anunciado para agosto.

“O que apelo é que se entendam e que resolvam este assunto.  É inadmissível que continuemos a patinar, a marcar passo, relativamente a esta problemática. O apelo que aqui uma vez mais lanço é que se agilize tudo, que se entendam os dois Institutos, as duas Secretarias de Estado e a senhora Ministra, caso contrário vamos pedir ao Primeiro Ministro que receba as crianças no dia 1 de setembro no Palácio de São Bento, e ali façamos o infantário”, disse o autarca, durante a reunião pública da Câmara Municipal da Covilhã.


Em causa está uma resposta do IGF à RTP sobre a proposta que está em cima da mesa: A cedência gratuita do Bolinha de Neve por parte do IGF à Segurança Social, e desta para a autarquia ou para uma IPSS, para se conseguir a sua reabertura, com a Câmara Municipal a custear as obras, ultrapassando, assim, esta situação de emergência.

Foi esta a pretensão transmitida ao vice-presidente da Segurança Social, no dia 4, e que foi bem recebida.

Já o IGF, em resposta à RTP, tem outro entendimento.

Afirma que não pode ceder o espaço ao Município, ou a qualquer outra entidade, apenas pode vender ou arrendar, e tal como já tinha dito no passado, a preço de mercado.

Vítor Pereira considera que “isto é sacudir a água do capote”, frisando que se trata de uma resposta meramente financeira, sem ter em conta os interesses das crianças.

“Quando o argumento do IGF é um argumento financeiro, obrigacionista, como se estivéssemos a tratar de valores na Bolsa, a tratar só e apenas de dinheiro, quando estão em causa crianças, famílias e trabalhadores. É desumanidade, é insensibilidade, é intolerável, é incomportável, é lamentável, é inadmissível”, disse o autarca.

O presidente da Câmara Municipal da Covilhã também lamenta que apesar de ter pedido uma reunião à Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social por email “já há muito tempo”, não tenha obtido qualquer resposta, mostrando “indignação e lamento face à insensibilidade com que o tema está a ser tratado”.

Aponta o dedo ao Ministério, às Secretarias de Estado que tutelam o IGF e ISS, aos próprios institutos, e à direção distrital da Segurança Social. “Tudo tem um rosto, para o bem e para o mal na Câmara Municipal sou eu e aqui andamos a brincar às escondidas, e este assunto é muito sério, grave e urgente”, disse.

Recordar que no último sábado, após a caminhada que juntou perto de mil pessoas para exigir a reabertura do Bolinha de Neve, tanto Vítor Pereira como a Comissão de Pais, face às conclusões da reunião do dia anterior, sexta-feira 4, com a ISS, se mostravam otimistas com a reabertura.

Uma situação que conheceu novos contornos após o IGF ter respondido que não irá ceder o espaço de forma gratuita, apenas vender ou arrendar a preço de mercado, que é o que a lei permite, frisa em comunicado enviado à RTP.

O Presidente da Câmara concorda que o espaço “deve ser gerido com muito zelo e cuidado”, mas deve “ser disponibilizado para fazer face uma situação de emergência e urgência”.

“É também para responder uma obrigação social do Governo da República”, disse Vítor Pereira, exigindo que este seja cedido, gratuitamente, à Câmara, ou à Comissão de Pais, ou ao Instituto Jesus Maria José que já se disponibilizou para a sua gestão.